A situação da Drogamed era tão complicada no início de 2006 que bastou ao diretor-presidente assumir as dívidas para se tornar o proprietário da então maior rede de farmácias do estado. Desde então, Hugo Rodríguez vem tentando consertar os erros cometidos pelo ex-controlador da Drogamed, o grupo chileno Farmacias Ahumada S/A (Fasa) – tais quais criar uma estrutura administrativa muito pesada, manter em atividade lojas deficitárias e fracassar na tentativa de entrar nos mercados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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O faturamento da rede, que em outros anos superou a marca de R$ 200 milhões, deve fechar em queda pelo quarto ano consecutivo. A previsão é de R$ 150 milhões, cerca de 17% menos que os R$ 180 milhões de 2005. "Nos primeiros meses de nossa gestão, tivemos de renegociar dívidas com fornecedores, então nosso fornecimento de medicamentos foi limitado ou restringido. Vendemos menos porque não tínhamos produto", diz Rodríguez, que nasceu no Peru mas naturalizou-se brasileiro.

Apesar da queda na receita, os ajustes feitos pelo novo diretor fizeram o resultado operacional – que no ano passado apontou prejuízo de 7,9% – fechar o ano no azul, entre 0,2% e 0,3% de lucro. É bem menos que os 2,4% projetados por Rodríguez em março, mas ele acredita que, nos próximos meses, esse índice deva se estabilizar em 3,5%. Além disso, a dívida da empresa com bancos e fornecedores, que estava em R$ 41 milhões no primeiro trimestre, caiu para R$ 15 milhões.

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O segredo para conseguir isso mesmo com queda nas vendas, segundo o proprietário, foi reduzir radicalmente os custos de operação da rede – que antes equivaliam a 36% das vendas líquidas e, agora, estão em 24,5%. Primeiro, ele fechou o centro de distribuição que a Drogamed mantinha – o estoque está concentrado na matriz. Depois, cortou 120 pessoas da administração – o número de gerentes caiu de dez para dois. Outra medida foi fechar dez lojas que davam prejuízo. Nesta semana, a rede vendeu onze unidades para a paranaense Nissei.

"O modelo de negócios está resolvido. Ainda precisamos ajustar algumas áreas para depois, com calma, tentar captar dinheiro para investir na expansão", diz Rodríguez, que planeja abrir 20 lojas nos próximos dois anos, principalmente no interior. Em cinco anos, a meta é inaugurar um total de 70 filiais, o que praticamente dobraria o tamanho do grupo.

Segundo Rodríguez, 2007 será o "ano da consolidação", após os fortes ajustes feitos neste ano. A partir do segundo semestre de 2008, diz ele, a expectativa é de finalmente registrar forte crescimento, coisa que há muito tempo a Drogamed não consegue.