A curitibana Dtcom, especializada em tecnologia para educação e comunicação corporativa a distância, fechou neste mês a aquisição da FabriCO, uma produtora de conteúdos educacionais com sede em São José, na Grande Florianópolis.
O negócio, anunciado ao mercado em 29 de março e aprovado pelos acionistas da Dtcom em 13 de abril, não envolveu pagamento em dinheiro. Os sócios da FabriCO – empresa avaliada em R$ 11,4 milhões e que deixou de existir após a transação – receberam ações preferenciais e ordinárias da Dtcom, avaliada em R$ 29,4 milhões.
Com a incorporação, o faturamento da companhia paranaense, que foi de R$ 15,4 milhões em 2015, deve chegar a R$ 30 milhões neste ano, segundo suas projeções. O número de funcionários passou de 66 para 146. O comando da empresa também mudou. O então diretor-presidente da Dtcom, Denilson Farias, deixou o cargo, que desde a semana passada é ocupado por Norton Moreira, que era o executivo-chefe da FabriCO.
“A Dtcom, que já possuía know-how em soluções de transmissão de TV, internet, integração de tecnologias e produção de material para educação corporativa, passa a contar com uma ‘fábrica de conteúdo’ estruturada, com metodologia própria, capaz de produzir mais de 20 mil horas de conteúdo de alta qualidade por ano na web”, informou, em nota, a empresa curitibana.
Perspectivas
Segundo Leonardo Petrelli Neto, presidente do conselho de administração da Dtcom, a incorporação deixa a empresa mais preparada para o “crescimento expressivo” esperado para o segmento de educação e treinamento corporativo. “A Dtcom era líder na área de TV corporativa, pública e privada. E precisava complementar seu leque de serviços na área acadêmica e em treinamento e capacitação via web, segmento do qual a FabriCO é uma das grandes líderes”, explica.
Além de estar demandando mais serviços de treinamento e comunicação a distância, o mercado corporativo entrou no radar das grandes instituições de ensino superior a distância que se consolidaram nos últimos anos, diz Petrelli. Para ele, o caminho natural de crescimento dessas organizações é oferecer graduações e pós-graduações a quem já está no mercado de trabalho – e aí entraria a Dtcom, produzindo materiais de ensino personalizados para as instituições.
AÇÕES EM ALTA
Desde o fim de março, quando a operação foi anunciada pela primeira vez, as ações ordinárias da Dtcom subiram pouco mais de 15%, chegando a R$ 0,63 no fechamento desta segunda-feira (25). Nos últimos 12 meses, o preço mais que dobrou – um ano atrás, os papéis da empresa valiam R$ 0,30. “A valorização mostra, para os pequenos acionistas, que o movimento da empresa é um movimento importante, para se preparar para um futuro promissor”, avalia o presidente do conselho de administração, Leonardo Petrelli Neto.
Empresa tem grandes clientes, mas acumulou prejuízos nos últimos anos
Fundada em 2000 e listada na Bovespa desde então, a Dtcom tem entre seus clientes empresas como Petrobras, Sabesp, Bradesco, Caixa, Ford, Volvo, Electrolux e O Boticário, entre outras.
Os balanços da companhia mostram que os últimos anos foram de faturamento estável e prejuízos. A receita bruta em 2015, de R$ 15,4 milhões, foi a maior dos últimos seis anos, mas ficou quase 10% abaixo da registrada em 2009 (R$ 17,2 milhões). A última linha do balanço melhorou um pouco no ano passado, mas continuou no vermelho: o prejuízo foi de R$ 436 mil, ante R$ 1,1 milhão em 2014.
“A tecnologia da Dtcom, no início da operação, era de alto custo, voltada para o satélite. Hoje, com o crescimento da internet e o fato de a tecnologia do próprio satélite estar mais barata, nós estamos mais preparados para ofertar esse serviço de forma mais competitiva”, diz Leonardo Petrelli Neto, presidente do conselho de administração da Dtcom.
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