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Ranking realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) mostra que 96 das cem cidades mais competitivas do país estão no Sul e no Sudeste. São duas a menos em relação ao levantamento realizado em 2023. Quatro capitais e um município de região metropolitana estão entre os top 5:
- 1.° Florianópolis (SC)
- 2.° São Paulo (SP)
- 3.° Vitória (ES)
- 4.° Porto Alegre (RS)
- 5.° Barueri (SP)
Os municípios mais bem colocados fora do Sul e do Sudeste são:
- 53.° Recife (PE)
- 65.° Palmas (TO)
- 86.° Campo Grande (MS)
- 96.° Fortaleza (CE)
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Mesmo com o avanço no número de cidades de outras regiões entre as cem primeiras – no ano passado eram só duas: Recife (37.ª) e Campo Grande (92.ª) –, o cenário ainda é de forte concentração.
A cidade que mais avançou no ranking foi Rio das Ostras (RJ), que ganhou 158 posições, indo para o 217.° lugar, com forte avanço na dimensão instituições (que avalia a sustentabilidade fiscal e o funcionamento da máquina pública).
Outras três entre os cinco maiores avanços estão no Sul/Sudeste: Paranaguá (PR), Saquarema (RJ) e Votorantim (SP). Elas são seguidas por Catalão (GO).
Uma série de fatores explica a forte presença de municípios do Sudeste e Sul no topo do ranking de competitividade: uma carga histórica, que levou ao atraso no desenvolvimento estrutural de cidades das outras regiões, e indicadores desfavoráveis da porção norte do país em segurança, saneamento e economia.
Cidades mais competitivas: segurança pública
O número de mortes violentas intencionais no Brasil caiu 3,4% no ano passado, para 46,3 mil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A taxa foi de 22,8 mil casos por 100 mil habitantes. No munícipio mais violento do país, Santana (AP), o índice foi quatro vezes maior: 92,9 por 100 mil habitantes.
Nove das dez cidades mais violentas do Brasil estão no Norte e no Nordeste. Seis delas na Bahia: Camaçari, Jequié, Simões Filho, Feira de Santana, Juazeiro e Eunápolis.
Também nove das dez cidades em que proporcionalmente a polícia mais matou estão nessas duas regiões. A liderança é de Jequié, e outras quatro também estão na Bahia: Eunápolis, Simões Filho, Salvador e Luís Eduardo Magalhães.
Outro ranking em que aparecem predominantemente cidades no Norte e Nordeste é o de roubo e furto de celulares. São quatro das cinco cidades com as maiores taxas. A liderança é de Manaus, com uma taxa de 2.096,3 por 100 mil habitantes. A exceção na lista é São Paulo (1.781,6 por 100 mil). E, novamente, duas cidades da Bahia estão em destaque: Salvador e Lauro de Freitas.
A sensação de insegurança de uma pessoa com mais de 15 anos andar sozinha era, em 2021, maior no Norte e no Nordeste, de acordo com dados do IBGE. No Brasil, durante o dia, era de 20,3%, e à noite, 51,7%. No Norte, as taxas eram, respectivamente de 24,2% e 60,4%. No Nordeste, 23,6% e 54,4%.
Cidades mais competitivas: segurança pública
O saneamento básico ainda é um grande desafio para o Norte e o Nordeste. A cidade mais bem colocada no ranking nessas regiões é João Pessoa (77.ª). É um problema em comum às três cidades com as piores avaliações no pilar social, todas elas no Pará: Itaituba, Moju e Breves.
Dados do Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2022, mostram que em 83,9% dos domicílios brasileiros havia ligação à rede geral de distribuição de água e era a principal forma de abastecimento. No Norte o índice era de 56,5%; no Nordeste, 77%; e no Centro-Oeste, 85,7%.
Oito dos 5.570 municípios que não tinham acesso naquele ano estão localizados no Norte/Nordeste, sendo cinco na Paraíba: Alcantil, Algodão de Jandaira, Santa Cecília, Sossego e Tenório. No Sul e Sudeste, a cidade com menor índice acesso à rede de água era Araricá (RS), com 10,92%.
Das 28 cidades com mais de 99% de cobertura da rede de água, só aparece uma do Norte/Nordeste: Madre de Deus (BA), a 6.ª mais bem colocada, segundo o IBGE, com 99,57%.
Outro problema em relação ao saneamento é a população sem coleta de esgoto. Segundo o Instituto Trata Brasil, no país, em 2010, 54,6% não tinham acesso. Em 2022, 44,6%. O menor avanço foi no Norte: passou de 93,2% para 85,7%. Outras duas regiões têm mais da metade dos moradores não atendidos pela rede: Sul (50,4%) e Nordeste (69,1%).
Apenas 12 cidades tinham, em 2022, mais de 99% dos domicílios ligados à rede. Todas no Sudeste. A mais bem ranqueada era São Caetano do Sul (SP), com uma taxa de 99,95%. E 25 não tinham acesso. Cinco estavam no Sul: Ubiretama (RS), Santo Antônio do Planalto (RS), Lagoa Bonita do Sul (RS), Barra do Rio Azul (RS) e Barra Bonita (SC).
Cidades mais competitivas: atividade econômica
Outra grande diferença regional está na atividade econômica. Apesar da tendência de desconcentração continuar em 2021, último dado disponibilizado pelo IBGE para o PIB municipal, os problemas de concentração ainda são grandes. Onze cidades responderam por um quarto das riquezas geradas pelo país naquele ano. Só duas estão no Norte/Nordeste: Manaus (AM) e Fortaleza (CE).
A cidade de São Paulo era responsável por 9,2% do PIB nacional. A região metropolitana, 22,6%. É bem mais do que a soma dos municípios que estão na Amazônia Legal e no Semiárido. Juntas, as duas regiões têm uma participação de 16,3% no PIB nacional. A administração pública é a principal atividade econômica na maioria das localidades.
Três municípios maranhenses tinham os menores PIBs per capita em 2021: Santana do Maranhão, com R$ 5.407,66; Primeira Cruz, com R$ 5.732,25; e Matões do Norte, com R$ 5.737,04.
No top 3 do PIB per capita aparecem cidades que tem na indústria extrativa como a principal atividade econômica: Catas Altas (MG), com R$ 920.833,97; Canaã dos Carajás (PA), com R$ 894.806,28; e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com R$ 684.168,71.
Um dos desafios do Brasil é aumentar o ritmo de crescimento econômico. Apesar de a atividade econômica ter se expandido a um ritmo próximo ou superior a 3% nos últimos três anos, a expansão acumulada entre 2014 e 2023 foi de apenas 5,1%. No meio do caminho houve dois anos seguidos de queda no PIB (2015 e 2016), algo que não ocorria havia mais de 90 anos, e depois a crise causada pela pandemia da Covid-19.
Um fator conjuntural pode dificultar o crescimento no curto prazo: a possibilidade de um aumento na taxa de juros, que pode ocorrer ainda em setembro. Outro, estrutural, é a aceleração no ritmo de envelhecimento da população.
Segundo o IBGE, em 2010, havia 30,7 pessoas com mais de 65 anos em relação a um grupo de crianças e adolescentes com até 14 anos. Esse número passou para 55,2 em 2022. A idade mediana passou de 29 para 35 anos. Em 11 cidades no Brasil, era superior a 50 anos. Dez delas estão no Rio Grande do Sul, sendo a maior em União da Serra: 53 anos.
Ranking das 100 cidades mais competitivas
- Florianópolis (SC)
- São Paulo (SP)
- Vitória (ES)
- Porto Alegre (RS)
- Barueri (SP)
- São Caetano do Sul (SP)
- Curitiba (PR)
- Campinas (SP)
- Maringá (PR)
- São Sebastião (SP)
- Santos (SP)
- Jaraguá do Sul (SC)
- Belo Horizonte (MG)
- Balneário Camboriú (SC)
- Jundiaí (SP)
- Santana de Parnaíba (SP)
- Votuporanga (SP)
- Criciúma (SC)
- Indaiatuba (SP)
- Nova Lima (MG)
- São Bernardo do Campo (SP)
- Niterói (RJ)
- Blumenau (SC)
- Uberlândia (MG)
- Lajeado (RS)
- Paulínia (SP)
- Botucatu (SP)
- Pato Branco (PR)
- São José dos Campos (SP)
- Piracicaba (SP)
- Joinville (SC)
- São José do Rio Preto (SP)
- São Bento do Sul (SC)
- Ijuí (RS)
- Caxias do Sul (RS)
- Limeira (SP)
- Francisco Beltrão (PR)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Barretos (SP)
- Itatiba (SP)
- São Carlos (SP)
- Campo Mourão (PR)
- Pouso Alegre (MG)
- Lavras (MG)
- Itabira (MG)
- Toledo (PR)
- Atibaia (SP)
- Londrina (PR)
- Pinhais (PR)
- Sorocaba (SP)
- Americana (SP)
- São João da Boa Vista (SP)
- Recife (PE)
- Catanduva (SP)
- Ribeirão Preto (SP)
- Araras (SP)
- Paranavaí (PR)
- Saquarema (RJ)
- Macaé (RJ)
- Osasco (SP)
- Chapecó (SC)
- Caraguatatuba (SP)
- Bauru (SP)
- Poços de Caldas (MG)
- Palmas (TO)
- Bento Gonçalves (RS)
- Valinhos (SP)
- Cascavel (PR)
- Itajaí (SC)
- Araucária (PR)
- São João del Rei (MG)
- Itajubá (MG)
- Cajamar (SP)
- Ipatinga (MG)
- Assis (SP)
- Mogi Mirim (SP)
- Umuarama (PR)
- Araçatuba (SP)
- Franca (SP)
- Araraquara (SP)
- Jacareí (SP)
- Itu (SP)
- Leme (SP)
- Concórdia (SC)
- Presidente Prudente (SP)
- Campo Grande (MS)
- Ponta Grossa (PR)
- Navegantes (SC)
- Hortolândia (SP)
- Brusque (SC)
- Santa Cruz do Sul (RS)
- Pindamonhangaba (SP)
- Passo Fundo (RS)
- Divinópolis (MG)
- Jandira (SP)
- Fortaleza (CE)
- Marília (SP)
- Praia Grande (SP)
- Aracruz (ES)
- Ribeirão Pires (SP)