Esquina da ladeira Porto Geral com a rua 25 de Março, na região das compras populares em São Paulo, a segunda cidade mais competitiva do país| Foto: Rogério Cassimiro/MTur
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Ranking realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) mostra que 96 das cem cidades mais competitivas do país estão no Sul e no Sudeste. São duas a menos em relação ao levantamento realizado em 2023. Quatro capitais e um município de região metropolitana estão entre os top 5:

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  • 1.° Florianópolis (SC)
  • 2.° São Paulo (SP)
  • 3.° Vitória (ES)
  • 4.° Porto Alegre (RS)
  • 5.° Barueri (SP)

Os municípios mais bem colocados fora do Sul e do Sudeste são:

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  • 53.° Recife (PE)
  • 65.° Palmas (TO)
  • 86.° Campo Grande (MS)
  • 96.° Fortaleza (CE)

Mesmo com o avanço no número de cidades de outras regiões entre as cem primeiras – no ano passado eram só duas: Recife (37.ª) e Campo Grande (92.ª) –, o cenário ainda é de forte concentração.

A cidade que mais avançou no ranking foi Rio das Ostras (RJ), que ganhou 158 posições, indo para o 217.° lugar, com forte avanço na dimensão instituições (que avalia a sustentabilidade fiscal e o funcionamento da máquina pública).

Outras três entre os cinco maiores avanços estão no Sul/Sudeste: Paranaguá (PR), Saquarema (RJ) e Votorantim (SP). Elas são seguidas por Catalão (GO).

Uma série de fatores explica a forte presença de municípios do Sudeste e Sul no topo do ranking de competitividade: uma carga histórica, que levou ao atraso no desenvolvimento estrutural de cidades das outras regiões, e indicadores desfavoráveis da porção norte do país em segurança, saneamento e economia.

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Cidades mais competitivas: segurança pública

O número de mortes violentas intencionais no Brasil caiu 3,4% no ano passado, para 46,3 mil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A taxa foi de 22,8 mil casos por 100 mil habitantes. No munícipio mais violento do país, Santana (AP), o índice foi quatro vezes maior: 92,9 por 100 mil habitantes.

Nove das dez cidades mais violentas do Brasil estão no Norte e no Nordeste. Seis delas na Bahia: Camaçari, Jequié, Simões Filho, Feira de Santana, Juazeiro e Eunápolis.

Também nove das dez cidades em que proporcionalmente a polícia mais matou estão nessas duas regiões. A liderança é de Jequié, e outras quatro também estão na Bahia: Eunápolis, Simões Filho, Salvador e Luís Eduardo Magalhães.

Outro ranking em que aparecem predominantemente cidades no Norte e Nordeste é o de roubo e furto de celulares. São quatro das cinco cidades com as maiores taxas. A liderança é de Manaus, com uma taxa de 2.096,3 por 100 mil habitantes. A exceção na lista é São Paulo (1.781,6 por 100 mil). E, novamente, duas cidades da Bahia estão em destaque: Salvador e Lauro de Freitas.

A sensação de insegurança de uma pessoa com mais de 15 anos andar sozinha era, em 2021, maior no Norte e no Nordeste, de acordo com dados do IBGE. No Brasil, durante o dia, era de 20,3%, e à noite, 51,7%. No Norte, as taxas eram, respectivamente de 24,2% e 60,4%. No Nordeste, 23,6% e 54,4%.

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Cidades mais competitivas: segurança pública

O saneamento básico ainda é um grande desafio para o Norte e o Nordeste. A cidade mais bem colocada no ranking nessas regiões é João Pessoa (77.ª). É um problema em comum às três cidades com as piores avaliações no pilar social, todas elas no Pará: Itaituba, Moju e Breves.

Dados do Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2022, mostram que em 83,9% dos domicílios brasileiros havia ligação à rede geral de distribuição de água e era a principal forma de abastecimento. No Norte o índice era de 56,5%; no Nordeste, 77%; e no Centro-Oeste, 85,7%.

Oito dos 5.570 municípios que não tinham acesso naquele ano estão localizados no Norte/Nordeste, sendo cinco na Paraíba: Alcantil, Algodão de Jandaira, Santa Cecília, Sossego e Tenório. No Sul e Sudeste, a cidade com menor índice acesso à rede de água era Araricá (RS), com 10,92%.

Das 28 cidades com mais de 99% de cobertura da rede de água, só aparece uma do Norte/Nordeste: Madre de Deus (BA), a 6.ª mais bem colocada, segundo o IBGE, com 99,57%.

Outro problema em relação ao saneamento é a população sem coleta de esgoto. Segundo o Instituto Trata Brasil, no país, em 2010, 54,6% não tinham acesso. Em 2022, 44,6%.  O menor avanço foi no Norte: passou de 93,2% para 85,7%. Outras duas regiões têm mais da metade dos moradores não atendidos pela rede: Sul (50,4%) e Nordeste (69,1%).

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Apenas 12 cidades tinham, em 2022, mais de 99% dos domicílios ligados à rede. Todas no Sudeste. A mais bem ranqueada era São Caetano do Sul (SP), com uma taxa de 99,95%. E 25 não tinham acesso. Cinco estavam no Sul: Ubiretama (RS), Santo Antônio do Planalto (RS), Lagoa Bonita do Sul (RS), Barra do Rio Azul (RS) e Barra Bonita (SC).

Cidades mais competitivas: atividade econômica

Outra grande diferença regional está na atividade econômica. Apesar da tendência de desconcentração continuar em 2021, último dado disponibilizado pelo IBGE para o PIB municipal, os problemas de concentração ainda são grandes. Onze cidades responderam por um quarto das riquezas geradas pelo país naquele ano. Só duas estão no Norte/Nordeste: Manaus (AM) e Fortaleza (CE).

A cidade de São Paulo era responsável por 9,2% do PIB nacional. A região metropolitana, 22,6%. É bem mais do que a soma dos municípios que estão na Amazônia Legal e no Semiárido. Juntas, as duas regiões têm uma participação de 16,3% no PIB nacional. A administração pública é a principal atividade econômica na maioria das localidades.

Três municípios maranhenses tinham os menores PIBs per capita em 2021: Santana do Maranhão, com R$ 5.407,66; Primeira Cruz, com R$ 5.732,25; e Matões do Norte, com R$ 5.737,04.

No top 3 do PIB per capita aparecem cidades que tem na indústria extrativa como a principal atividade econômica: Catas Altas (MG), com R$ 920.833,97; Canaã dos Carajás (PA), com R$ 894.806,28; e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), com R$ 684.168,71. 

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Um dos desafios do Brasil é aumentar o ritmo de crescimento econômico. Apesar de a atividade econômica ter se expandido a um ritmo próximo ou superior a 3% nos últimos três anos, a expansão acumulada entre 2014 e 2023 foi de apenas 5,1%. No meio do caminho houve dois anos seguidos de queda no PIB (2015 e 2016), algo que não ocorria havia mais de 90 anos, e depois a crise causada pela pandemia da Covid-19.

Um fator conjuntural pode dificultar o crescimento no curto prazo: a possibilidade de um aumento na taxa de juros, que pode ocorrer ainda em setembro. Outro, estrutural, é a aceleração no ritmo de envelhecimento da população.

Segundo o IBGE, em 2010, havia 30,7 pessoas com mais de 65 anos em relação a um grupo de crianças e adolescentes com até 14 anos. Esse número passou para 55,2 em 2022. A idade mediana passou de 29 para 35 anos. Em 11 cidades no Brasil, era superior a 50 anos. Dez delas estão no Rio Grande do Sul, sendo a maior em União da Serra: 53 anos.

Ranking das 100 cidades mais competitivas

  1. Florianópolis (SC)
  2. São Paulo (SP)
  3. Vitória (ES)
  4. Porto Alegre (RS)
  5. Barueri (SP)
  6. São Caetano do Sul (SP)
  7. Curitiba (PR)
  8. Campinas (SP)
  9. Maringá (PR)
  10. São Sebastião (SP)
  11. Santos (SP)
  12. Jaraguá do Sul (SC)
  13. Belo Horizonte (MG)
  14. Balneário Camboriú (SC)
  15. Jundiaí (SP)
  16. Santana de Parnaíba (SP)
  17. Votuporanga (SP)
  18. Criciúma (SC)
  19. Indaiatuba (SP)
  20. Nova Lima (MG)
  21. São Bernardo do Campo (SP)
  22. Niterói (RJ)
  23. Blumenau (SC)
  24. Uberlândia (MG)
  25. Lajeado (RS)
  26. Paulínia (SP)
  27. Botucatu (SP)
  28. Pato Branco (PR)
  29. São José dos Campos (SP)
  30. Piracicaba (SP)
  31. Joinville (SC)
  32. São José do Rio Preto (SP)
  33. São Bento do Sul (SC)
  34. Ijuí (RS)
  35. Caxias do Sul (RS)
  36. Limeira (SP)
  37. Francisco Beltrão (PR)
  38. Rio de Janeiro (RJ)
  39. Barretos (SP)
  40. Itatiba (SP)
  41. São Carlos (SP)
  42. Campo Mourão (PR)
  43. Pouso Alegre (MG)
  44. Lavras (MG)
  45. Itabira (MG)
  46. Toledo (PR)
  47. Atibaia (SP)
  48. Londrina (PR)
  49. Pinhais (PR)
  50. Sorocaba (SP)
  51. Americana (SP)
  52. São João da Boa Vista (SP)
  53. Recife (PE)
  54. Catanduva (SP)
  55. Ribeirão Preto (SP)
  56. Araras (SP)
  57. Paranavaí (PR)
  58. Saquarema (RJ)
  59. Macaé (RJ)
  60. Osasco (SP)
  61. Chapecó (SC)
  62. Caraguatatuba (SP)
  63. Bauru (SP)
  64. Poços de Caldas (MG)
  65. Palmas (TO)
  66. Bento Gonçalves (RS)
  67. Valinhos (SP)
  68. Cascavel (PR)
  69. Itajaí (SC)
  70. Araucária (PR)
  71. São João del Rei (MG)
  72. Itajubá (MG)
  73. Cajamar (SP)
  74. Ipatinga (MG)
  75. Assis (SP)
  76. Mogi Mirim (SP)
  77. Umuarama (PR)
  78. Araçatuba (SP)
  79. Franca (SP)
  80. Araraquara (SP)
  81. Jacareí (SP)
  82. Itu (SP)
  83. Leme (SP)
  84. Concórdia (SC)
  85. Presidente Prudente (SP)
  86. Campo Grande (MS)
  87. Ponta Grossa (PR)
  88. Navegantes (SC)
  89. Hortolândia (SP)
  90. Brusque (SC)
  91. Santa Cruz do Sul (RS)
  92. Pindamonhangaba (SP)
  93. Passo Fundo (RS)
  94. Divinópolis (MG)
  95. Jandira (SP)
  96. Fortaleza (CE)
  97. Marília (SP)
  98. Praia Grande (SP)
  99. Aracruz (ES)
  100. Ribeirão Pires (SP)
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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