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A rede de lojas Dudony, de Maringá, colocou à venda as 11 lojas do grupo no estado de São Paulo. Esse é o primeiro passo depois que a empresa protocolou o plano de recuperação judicial na 1ª Vara Cível de Maringá, na última quinta-feira. O objetivo do negócio é obter capital de giro e reduzir o custo operacional da rede varejista. As unidades que serão negociadas ficam nas cidades de Assis, Bauru, Botucatu, Cândido Mota, Ibitinga, Lençóis Paulista, Lins, Marília, Ourinhos, São Manoel e Tupã.

De acordo com o assessor jurídico da Dudony, Cleverson Colombo, o custo para operar no estado de São Paulo era muito elevado para a companhia, principalmente no que se refere à logística. "Vamos, com isso, também gerar caixa para pagar nossos credores", afirmou. As 11 lojas no estado vizinho fazem parte de um total de 110 que a rede paranaense mantém. A empresa designou um representante para tratar da negociação das unidades, mas até ontem não havia interessados.

Agora a Dudony espera que o juizado cível marque a data da assembleia de credores, o que deve ocorrer no fim do mês de abril, explicou Colombo. Na ocasião, o plano de recuperação judicial será levado a votação para que seja aprovado ou não. Dos 225 credores, 85 têm a receber dívidas menores que R$ 20 mil e têm maiores chances de resolver as pendências logo após a aprovação do plano. "A empresa entende que existe uma questão social no pagamento dessas dívidas menores", afirmou Colombo.

R$ 105 milhões

A dívida total que a Dudony tem com seus credores beira os R$ 105 milhões. O valor foi divulgado no Diário de Justiça do Estado do Paraná no dia 24 de dezembro de 2008. O documento, elaborado pelo juiz Mario Seto Takeguma, da 1ª Vara Cível de Maringá, informa que a empresa deve dinheiro para bancos, fabricantes de eletrodomésticos, operadoras de telefonia e pessoas físicas. Os três maiores credores são os Bancos Cacique (que tem R$ 17,6 milhões a receber), Fibra (R$ 11,8 milhões), Industrial (R$ 5,5 milhões) e Itaú (R$ 5 milhões).

A rede entrou com pedido de recuperação judicial no dia 19 de dezembro do ano passado. Caso o processo não seja aceito, será decretada a falência da empresa e o patrimônio pode ser colocado à venda para quitar a dívida com os credores.

De acordo com o juiz Takeguma, as empresas Distribuidora Maringá de Eletrodomésticos (Dismar) e Markoeletro Comércio de Eletrodomésticos, que operam com a marca comercial Dudony, passam por dificuldades financeiras desde 2005, quando a rede ampliou o número de lojas com recursos próprios, comprometendo o capital de giro, e forçando a busca por "socorro" com as instituições financeiras.

Em 2007, a situação teria ficado pior, uma vez que o endividamento cresceu e a inadimplência aumentou entre os clientes. No fim do ano passado, as dívidas bancárias ficaram mais difíceis de serem roladas por causa do reflexo da crise mundial no Brasil, que restringiu o crédito disponível no mercado.

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