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Televisão

Dúvidas sobre a TV digital

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTD-T). Isso significa que, a partir de agora, caberá ao mercado – leia-se emissoras de TV e, claro, fabricantes de aparelhos – definir em quanto tempo o brasileiro vai poder receber em casa transmissões de TV digital. Em um primeiro momento, virão melhor qualidade de áudio e vídeo e, mais tarde, interatividade e mais canais à disposição.

A TV digital brasileira vai chegar inicialmente às capitais brasileiras e no Distrito Federal e, num prazo de 7 anos, deverá alcançar todo o Brasil. O governo fala em 10 anos para a substituição total da recepção analógica pela digital, mas experiências de outros países – como os Estados Unidos – mostram que o prazo pode passar de 15 anos.

O SBDTV-T vai ser baseado no padrão japonês mas incorporará inovações tecnológicas criadas no Brasil. Dentre elas, a tecnologia H264 permite codificar e decodificar imagens. O H264, concorrente do MPEG2, permite colocar até oito canais num espaço onde cabia apenas um na TV analógica. Ou seja, só prova a viabilidade de uma das principais características da TV digital: maior diversidade de canais.

Seguem abaixo as principais dúvidas que pairam sobre o novo sistema e suas respectivas respostas:

Com a TV digital, a imagem vai melhorar?

Tanto quanto a imagem do DVD é melhor que a da TV convencional, a imagem da TV digital terá qualidade de áudio e vídeo infinitamente superior. A TV digital também prevê alta definição de imagens. Hoje, a resolução no Brasil é em torno de 500 linhas; na alta definição, ela será de 1.000 linhas, ou seja, o dobro. Mas a alta definição só chegará em um segundo momento, uma vez que os aparelhos high definition serão mais caros.

Vou precisar trocar a TV para receber imagens digitais?

Não necessariamente. Se seu televisor não for muito velho, ele certamente será capaz de conectar-se a um decodificador (caixinha semelhante à da TV a cabo) que permita receber imagens com qualidade superior. Simplificando: se sua TV tem entrada de áudio e vídeo (e não aquela com o canal 3 para ver DVD), você pode considerá-la uma saída para acesso em digital. Para quem vai comprar uma TV agora e quer entrar na onda digital – mesmo com definição padrão – é melhor esperar um pouquinho, porque os modelos digitais ainda não estão disponíveis.

Vou ter que comprar um conversor?

Se não quiser receber imagens em sistema analógico, você vai precisar da caixinha de conversão. O governo prevê que nos próximos dez anos as emissoras transmitirão em sistema analógico e digital, portanto, não é preciso correr. Espera-se que o conversor custe em torno de R$ 200, mas é cedo para dizer: o mercado e a concorrência vão ditar o preço.

Como saber se a TV que vou comprar agora está preparada para a TV digital?

A indústria ainda vai começar a produzir aparelhos de TV prontos para a TV digital. Comprar uma TV de plasma ou de LCD, por exemplo, não significa que o consumidor não precisará comprar o conversor.

Vou precisar comprar um controle remoto novo?

Pode ser que não. Fabricantes como Philips, por exemplo, permitem que um só controle remoto seja usado pelo DVD e pela TV. Assim, os conversores também poderão aceitar os controles usados pela TV. Ou poderiam ser usados controles universais.

Em quanto tempo a TV digital vai substituir a TV analógica?

O governo trabalha com um prazo de 10 anos – depois desse prazo, os canais analógicos serão "devolvidos" para o governo – , mas o tempo pode ser maior: Quinze ou 20 anos para a morte da TV analógica é um prazo razoável.

Vou ter mais canais à disposição?

Sim. Na TV digital, cabem mais canais que na analógica, por causa da alta taxa de compressão. Onde tinha um canal em TV analógica será possível comportar oito canais em digital. Ou, em outro viés, poderão existir mais canais em alta definição. Durante o anúncio do padrão escolhido pelo governo, divulgou-se que o Brasil ganhará mais quatro canais públicos – um do Executivo; um da Educação, para educação a distância e para professores; um da Cultura, com produções regionais; um de Cidadania, com transmissão de programas das Assembléias Legislativas, Câmara de Vereadores e associações comunitárias.

Como será a interatividade na TV digital?

Imagine que você está assistindo a uma entrevista na TV. Em determinado momento, aparecerá, sobre a imagem do entrevistado, um link onde você poderá obter informações sobre o currículo dele e outras informações. Funciona como num DVD. Num primeiro momento, a interatividade será de mão única: as emissoras poderão complementar as transmissões mas o telespectador não poderá enviar informações de volta para a emissora. A tecnologia, no entanto, permite que a interatividade seja em mão dupla.

Como vai ser a relação da TV digital com a internet? Vou poder acessar a rede mundial de computadores a partir do meu televisor?

A TV digital permite a interatividade em níveis mais avançados, inclusive acesso à internet. Mas não num primeiro momento.

Vou poder acessar a TV pelo celular?

O padrão japonês prevê a recepção de programas de TV nos aparelhos celulares, mas o mercado brasileiro ainda não tem aparelhos com capacidade para receber o novo tipo de sinal.

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