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A situação de possível ingovernabilidade criada na Itália após as eleições de segunda-feira, já que nenhum dos partidos conseguiu força suficiente para formar um governo de coalizão, causou turbulências nos mercados europeus, onde os investidores viram com preocupação o fato de os candidatos contra a política de austeridade imposta por Bruxelas obterem mais da metade dos votos no país.

Na primeira hora após a abertura dos mercados, o risco-país da Itália, que é a terceira maior economia da zona do euro, disparou em mais de 40 pontos, para os 335 pontos. O da Espanha, por sua vez, chegou a 412 pontos, um aumento vertiginoso frente os 361 pontos registrados no fechamento de segunda-feira. Nos dois casos, o nível atingido é o maior desde o mês de dezembro.

Nas Bolsas europeias, as primeiras ordens do dia foram de vendas, destacou o jornal "El País". Os investidores buscavam afastar-se de papéis de risco, receosos de mais turbulências na região. Na abertura do mercado, Madri recuou 4%; e Milão, 4,4% - por volta de 11h30 (horário local), a queda era de 4,5% e se configurava, até então, como a pior sessão da Bolsa em seis meses. Paris, por sua vez, caía 3%, Frankfurt, 2%; e Londres, 0,5 ponto percentual.

A preocupação de que o resultado das eleições poderia dificultar as reformas e encarecer o custo de endividamento se notava sobretudo no setor financeiro, destacou a agência de notícias Reuters. Os bancos eram os principais responsáveis por puxar para baixo o índice da Bolsa de Milão.

As eleições da Itália aumentaram as incertezas quanto à manutenção dos ajustes no país, o que gerou o medo de que as finanças se tornem insustentáveis. Nas urnas, a centro-esqueda de Pier Luigi Bersani ganhou por pouco na Câmara dos Deputados, mas perdeu no Senado, que ficou nas mãos da coalização de Silvio Berlusconi. Por isso, as decisões de governo correm o grande risco de serem vetadas. Também o avanço de Beppe Grillo, do Movimento 5 Estrelas, que já declarou que não irá se alinhar com ninguém torna o cenário complicado.

"O risco-país é uma invenção dos últimos anos", reclamou Berlusconi, que fez do ceticismo frente aos mercados, uma de suas armas de campanha.

Segundo o ex-premier do país, Silvio Berlusconi, "os mercados estão um pouco loucos". Já o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, reconheceu que a instabilidade na Itália contagiou o país, mas que esse é um efeito de "curto prazo". "O que é bom para a Itália é bom para a Espanha e vice-versa", disse Guindos.

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