Perguntado sobre o desempenho da economia no primeiro trimestre do ano – quando, segundo o IBGE, o PIB encolheu 0,2% em relação ao trimestre anterior – o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, nesta sexta-feira (29) que “muita coisa mudou” desde o início do ano, mas que vê “sinais diferentes” no segundo trimestre.
É o primeiro resultado da economia divulgado sob seu comando. De acordo com o ministro, o resultado “era esperado”, e “desafios” dos primeiros meses foram deixados para trás.
“É aquilo que a gente já sabia. Havia incerteza com o rumo da economia brasileira, se ia faltar água, energia, se a Petrobras ia publicar seu balanço. E isso afetou evidentemente a atividade econômica. De lá para cá a confiança mudou. Vencemos os desafios mais imediatos”, disse Levy, ao participar de encontro em comemoração ao Dia da Indústria, na Firjan, no Rio.
Segundo Levy, as incertezas também vinham da preocupação de que o Brasil poderia perder o grau de investimento, pelas agências de classificação de risco.
Para ele, as preocupações ficaram para trás. Em sua opinião, o ajuste fiscal contribuiu para que aumentasse a confiança em relação à economia. “O primeiro trimestre é reflexo de uma dinâmica que vinha acontecendo e que a gente trabalha para mudar. É importante mudar, fazer o ajuste. Parte já foi votada no Congresso, mas há outros desafios. É como se a economia tivesse batido no teto, mas o governo está tomando medidas importantes para retomar o fôlego. Há muita coisa a ser feita. A gente tem resultados que mudaram essa percepção negativa”.
2º trimestre
De acordo com o ministro, o segundo trimestre é uma “travessia”. “É o momento de travessia, em que as pessoas começaram a ver o que está acontecendo. É uma travessia. Mas acho que começamos a ver sinais diferentes no segundo semestre porque é natural”.
Para Levy, a queda no investimento – segundo o IBGE, pelo sétimo trimestre seguido – é resultado das “incertezas sobre o rumo da economia”. “Tudo isso no passado levou a uma diminuição no investimento. Estamos tomando medidas para criar um clima favorável para o investimento. O investimento privado tem um ‘timing’, porque as pessoas precisam ter confiança”.
Ele defendeu ainda a realização do “desenho de um novo mercado de crédito” e de concessões no setor de infraestrutura. Segundo o ministro, o anúncio de um novo plano de safra, a ser feito pela presidente Dilma Rousseff, na próxima semana, também contribuirá para a retomada do crescimento.