Henrique Gusso Netzka diz que o modelo único sempre deixará a desejar em alguma plataforma| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

As diferenças

Um computador consegue processar muito mais efeitos e informações do que um navegador de um celular ou tablet. Por isso, as prioridades devem ser diferentes para cada plataforma.

Desktop

Comporta o conteúdo de forma mais densa, com todas as informações possíveis sobre a empresa e seus serviços ou produtos. Dá para priorizar a experiência visual do usuário, pois há mais recursos e infra-estrutura disponível no acesso.

Tablet

Tem uma boa largura de tela e comporta tanta informação quanto um desktop. Mas será importante pensar nos recursos empregados: mesmo que o tablet tenha uma tela maior, os navegadores mobile ainda não processam os recursos visuais com a mesma rapidez dos desktops. Os mais modernos caminham para apresentar poucos problemas com performance.

Mobile

No celular, a prioridade deve ser a informação, limpa e resumida. A maioria dos aparelhos não é compatível com versões Flash e alguns frames e animações rebuscadas não devem ser utilizados.

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Para Antonio Borba, se o cliente não pode investir nas três versões, uma solução tablet geralmente pode ser vista no celular
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A grande quantidade de celulares e tablets nas mãos de pessoas que não conseguem ficar descontectadas está exigindo das empresas um esforço para chegar até esses clientes, onde quer que eles estejam. Especialistas dizem que a partir deste ano é possível perceber que os empresários estão despertando para essa necessidade, embora de maneira ainda tímida.

Para Fabiano Fernandes, CEO da IDNext, empresa de soluções em tecnologia, as empresas brasileiras estão focando seus esforços nessas plataformas variadas. Não basta mais ter aquele website tradicional. É preciso ser acessado no celular e no tablet também.

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João Del Valle, diretor de Tecnologia da Polvo Digital, lembra que nem todas as em­­presas conseguem justifi­­car o custo de desenvolvimento de um site específico para cada plataforma. Menos otimista, Mário Ni­­colau, sócio-diretor da Re­­finaria iltda, afirma que as em­­presas brasileiras ainda não se deram conta da importância dos dispositivos móveis.

O melhor

Antonio Borba, diretor executivo da Magic Web Design, explica que "o melhor dos mun­­­­dos é criar uma versão desktop, uma versão tablet e uma versão mobile (esta última sim, para celulares)". Mas, completa, a opção mais econômica é desenvolver uma versão desktop que seja compatível com tablet e mobile, embora não seja a melhor opção.

"O modelo único sempre deixará a desejar em alguma plataforma", segundo Henrique Gusso Netzka, diretor da GHN, empresa que oferece soluções de software, e sócio-proprietário do site Mestre Gourmet. A opinião é compartilhada por Fabiano Cruz, diretor presidente da HouseCricket Digital & Direct, do Grupo OM Comunicação In­­tegrada. Ele diz que é possível desenvolver um site que funcione em todas as plataformas, "porém, será entregue aos usuários uma experiência limitada".

Por outro lado, Mário Nico­­lau, da Refinaria iltda, garante que é possível ter um modelo único a partir da tecnologia HTML-5, que permite que um mesmo site se adapte às diversas plataformas móveis. João Del Valle, da Polvo, concorda que as plataformas móveis são realidade, mas alerta que é preciso pensar nos múltiplos meios de acesso desde o início do projeto do site. E, em sites mais complexos, pode ser que seja necessário alterar a programação do servidor para otimizar a performance dos acessos.

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Presença mais ampla tem custo maior

Estar em todas as plataformas exige um investimento maior. As empresas que desenvolvem sites oferecem as versões adicionais e podem cobrar até 50% a mais pelo serviço. Antonio Borba, diretor executivo da Magic Web Design, diz que lá o cliente desembolsa esse porcentual se precisar, além do website, das versões para tablet e mobile.

Henrique Gusso Netzka, diretor da GHN e sócio-pro­­prietário do site Mestre Gourmet, ressalta que as empresas devem entender que se trata de um investimento. "O mercado mobile cresce exponencialmente e os consumidores estão cada vez mais conectados via celulares e tablets (e menos via desktops). E é preciso estar onde o cliente está", afirma.

Segundo ele, o "quanto encarece" depende do "quanto" será migrado: "No caso de um sistema, cerca de 40% do portal precisa ser redesenhado. Mas no caso de um site institucional simples, cuja versão mobile terá telefone, endereço com mapa e um link ‘ir para o site original’, o acréscimo não deverá passar de 10%."

Esses valores devem diminuir por conta da popularização da tecnologia, arrisca Mário Nicolau, sócio-diretor da Refinaria iltda. Por enquanto, completa, o orçamento de um site que atenda todas as plataformas ainda é cerca de 20% a 30% maior do que o desenvolvimento de um site web. Ele aponta, ainda, que uma tendência mundial é usar plataformas customizáveis, com as informações administradas pelo usuário.

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Uma dica para gastar menos é desenvolver todas as versões antes de fazer um novo site. "Durante o processo há um ganho considerável de energia e aproveitamento de recursos técnicos entre as diferentes plataformas", diz Fabiano Cruz, diretor presidente da HouseCricket Digital & Direct, empresa do Grupo OM Comunicação Integrada.