Um fã experiente da maior feira do setor de videogames, E3, se decepcionaria ao perceber que o setor, conhecido por sua irreverência, parece estar começando a se levar a sério.
No pavilhão principal da feira Electronic Entertainment Exposition (E3) deste ano, um hangar no aeroporto de Santa Monica, telas de televisão demonstram os jogos novos mais atraentes para alguns espectadores silenciosos.
As moças em trajes sumários e legiões de fãs que anteriormente caracterizavam o espetáculo estão ausentes.
Em um esforço por tornar a feira que acontece esta semana mais empresarial do que em edições passadas, os organizadores decidiram excluir a maior parte dos jogadores, e com isso reduziram o número de espectadores de um evento que no passado costumava atrair 60 mil pessoas a apenas 3.000 convidados cuidadosamente selecionados. E muitos deles nem mesmo visitam o pavilhão principal.
Com o evento sediado no Barker Hangar e em quartos de hotel espalhados por essa cidade de praia vizinha a Los Angeles, muita gente agora o considera pequeno demais, além de chato.
- Odiei - disse Dan Hsu, editor-chefe da EGM, uma revista de videogames, que como muitos dos outros espectadores está se desgastando em deslocamentos de uma suíte de hotel para outra, em partes opostas de Santa Monica, em um esforço para conversar com os principais executivos e assistir às apresentações.
- Eu sabia que odiaria ainda antes de começar, e bastaram uma ou duas horas para ter certeza de que essa é a pior feira de todos os tempos - disse.
Algumas das críticas mais severas vieram de Hideo Kojima, criador de "Metal Gear Solid", série de videogame de grande sucesso da Konami. O designer considera que a animação das E3 do passado era uma motivação para criar jogos excelentes.
- Sei que é uma feira de negócios, mas também é um festival importante - disse ele a uma multidão de repórteres na entrevista coletiva de sua empresa, quarta-feira. - Espero que a minha E3 volte no ano que vem - declarou, e foi aplaudido intensamente.
