A Alemanha mostrou os primeiros sinais de impacto da crise de dívida da zona do euro, após sua economia encolher nos últimos três meses de 2011, embora tenha superado outras economias do continente em grande parte do ano graças à forte demanda doméstica e às exportações.
O PIB alemão cresceu 3 por cento em 2011, mostraram dados preliminares da Agência Federal de Estatísticas nesta quarta-feira, abaixo da taxa de crescimento do ano anterior, de 3,7 por cento -a maior desde a reunificação- e em linha com estimativa do mercado segundo pesquisa da Reuters.
Por outro lado, o PIB se contraiu em cerca de 0,25 por cento no quarto trimestre de 2011 sobre os três meses anteriores, acrescentou a Agência de Estatísticas.
"A Alemanha não pode se isolar tão facilmente das tensões dentro da zona do euro. Além disso, o setor de exportação está enfrentando um período de dificuldade, dada a queda na demanda global", disse o economista-chefe do VP Bank, Joerg Zeuner.
"Outro trimestre de contração e, portanto, uma recessão técnica são perfeitamente possíveis. Contudo, se não houver mais escalada na crise de dívida da zona do euro, a economia da Alemanha ainda pode crescer em 2012, ainda que a um moderado 0,5 por cento", acrescentou.
A economia da Alemanha, puxada pelas exportações, recuperou-se rapidamente da crise financeira de 2008/2009, mas começou a sentir o golpe no final do ano passado, na medida em que a crise de dívida se espalhou da Grécia para seus principais parceiros comerciais na zona do euro e pesou sobre a economia real.
A Alemanha extrai 28 por cento do seu PIB da exportação de produtos para os países da União Europeia e para a Suíça, mas apenas 2,5 por cento de exportações para a China, apontou o Berenberg Bank.
Indicadores antecedentes de encomendas divulgados na sexta-feira também sinalizaram uma contração adiante, com as encomendas caindo no ritmo mais acelerado desde o auge da crise financeira há quase três anos, na medida em que a demanda de fora da zona do euro despencou.
Muitos economistas cortaram suas previsões de crescimento para 2012. O Bundesbank espera crescimento de 0,6 por cento neste ano, menos que a previsão do governo, de alta de 1 por cento, enquanto o instituto IMK já prevê uma leve recessão.
O consumo privado na Alemanha cresceu 1,5 por cento no ano passado comparado a 0,6 por cento em 2010. O aumento foi ajudado por uma queda maior no desemprego alemão.
A taxa de desemprego do país caiu para o menor nível desde a reunificação, há duas décadas, enquanto pesquisas mostraram que o crescimento de novas encomendas e do emprego nas empresas de serviços ajudou o setor privado a se expandir.
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