O investidor oscila entre mirar os fundamentos da economia americana, que têm surpreendido de modo positivo, ou ficar apreensivo com as notícias da Europa, eixo dos piores cenários para a economia mundial. Ontem, o primeiro viés prevaleceu e as bolsas de valores subiram.
O feriado de Corpus Christi, porém, limitou as apostas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Embora as ordens de compra tenham predominado durante todo o expediente, o volume financeiro ficou bem abaixo da média. A Bovespa teve ganho de 1,78%, movimentando quase R$ 5 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York subiu 2,25% no fechamento. Na Europa, onde os mercados fecham mais cedo, as bolsas tiveram perdas moderadas: a de Londres recuou 0,23%, enquanto a de Frankfurt caiu 0,04%.
"Os mercados estão subindo um dia e caindo dois. Ainda há muita volatilidade e o mercado não está muito confiável, comenta Ivanor Torres, diretor de departamento de análise da corretora Geral.
Câmbio
O segmento de câmbio doméstico seguiu um roteiro conhecido. Logo pela manhã, a moeda americana chegou a ser cotada por R$ 1,850 o preço mais alto do dia mas desceu para R$ 1,827 no final da sessão, uma queda de 0,65%.
Nos EUA, as vendas preliminares de casas subiram 6% (dado de abril), enquanto montadoras reportaram que a comercialização de carros subiu a taxas de dois dígitos em maio um alívio para a indústria automobilística local, às voltas com seus piores números desde os anos 1980.
Hoje e amanhã, a maior economia do planeta volta a fornecer números fundamentais para o rumo dos negócios. Neste feriado, a consultoria ADP abre sua estimativa sobre geração e fechamento de vagas no setor privado americano. No dia seguinte, o mercado compara esses números ao boletim oficial, conhecido como "payroll, de longe o principal indicador da semana.
Para economistas, o mercado de trabalho é uma das pontas mais fracas no processo de recuperação dos EUA. Um número muito abaixo das expectativas, portanto, pode mexer com os investidores.