O mercado de trabalho nos Estados Unidos continua apresentando sinais de melhora. Em janeiro, a geração de vagas de emprego cresceu acima do esperado e a renda dos trabalhadores subiu, gerando expectativa de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) inicie a alta dos juros ainda neste semestre.
De acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (5), foram criados 257 mil postos no período, acima da previsão do mercado, de 234 mil. Foi o 11º mês seguido em que a geração de vagas ficou acima de 200 mil, a maior sequência desde 1994.
A taxa de desemprego terminou o mês em 5,7%, pouco acima do índice de dezembro, de 5,6%. O aumento, porém, foi gerado por um dado positivo: mais trabalhadores voltaram a procurar emprego no mês passado.
A força de trabalho, que representa quantas pessoas estão empregadas ou procurando um trabalho, cresceu em 703 mil em janeiro.
Com isso, o índice de participação na força de trabalho, subiu para 62,9% -muito abaixo, no entanto, dos 66% registrados antes da crise.
A renda dos trabalhadores também subiu no mês passado. O salário médio teve alta de 12 centavos, para US$ 24,75 por hora. Em 12 meses, a renda média avançou 2,2%, o maior aumento desde agosto de 2014.
A criação de vagas em janeiro ocorreu nos setores de varejo, construção, saúde, atividades financeiras e manufatura.
Os dados divulgados nesta sexta também mostram que a geração de emprego nos últimos meses de 2014 foi ainda maior do que o inicialmente previsto.
Os dados de dezembro foram revisados e a criação de vagas no mês ficou em 329 mil, em comparação com as 252 mil divulgadas anteriormente.
A revisão mostrou ainda que foram gerados 423 mil postos em novembro, ante os 353 mil divulgados anteriormente. O número é o maior desde maio de 2010, quando a contratação foi impulsionada pela busca do governo por trabalhadores do Censo.
Os dados de emprego e renda são monitorados de perto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) para decidir quando iniciar um novo ciclo de elevação dos juros básicos no país.
O mercado previa que a alta fosse anunciada em junho. Mas a divulgação de que a economia dos EUA teve deflação nos últimos meses de 2014 -causada pela redução nos preços do petróleo- e de uma desaceleração do ritmo de crescimento do PIB, para 2,6%, no último trimestre, levou parte dos economistas a adiar a previsão para setembro.
Com os novos dados, no entanto, volta a ganhar força a previsão de um aumento ainda no primeiro semestre.
A taxa de juros norte-americana opera perto de zero desde 2008. A autoridade monetária afirmou, após sua última reunião, que não deve elevar os juros nas próximas duas reuniões, em março e abril.