Apesar do desempenho positivo dos atletas britânicos nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o evento não gerou os resultados esperados para a economia local, o que decepcionou principalmente os setores de comércio e serviços.
"Todos os sinais mostram que os Jogos Olímpicos não trouxeram mais visitantes a Londres e ao Reino Unido. Pode ser até que o número tenha caído em mais de 30%", lamentou Mary Rance, diretora-geral da associação de profissionais do turismo UKinbound.
"Os hoteis têm recuado seus preços e muitas lojas, restaurantes, teatros e outros serviços constataram uma queda significativa de sua atividade", explicou à AFP.
Uma parte dos visitantes habituais preferiu evitar a capital por temer uma saturação do transporte e uma inflação dos preços. Os espectadores que vieram ver as provas e as delegações não foram suficientes para compensar a diferença, dizem os comerciantes.
Parte dessa retração no transporte, segundo os comerciantes, deve-se à campanha de comunicação alarmista realizada pela Prefeitura e pela Transport for London, organismo que administra os transportes públicos da capital, que desaconselha há meses os lugares mais frequentados do centro de Londres, temendo uma congestão da rede.
A Federação de Comerciantes Britânicos (BRC) disse que as vendas cresceram apenas 0,1% em julho.
O maior efeito positivo sobre a economia foi o gasto com infraestrutura - construção de estádios e de novas linhas de trem - graças a um orçamento de 9,3 bilhões de libras (11,8 bilhões de euros, 14,6 bilhões de dólares) para os Jogos.
O pequeno impulso dos Jogos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deveria ser limitado - três décimos de ponto - segundo economistas.
"Esperamos uma pequena contribuição ao crescimento graças à venda de entradas para as provas e aos direitos de retransmissão televisivos", declarou esta semana Spencer Dale, economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), que acaba de reduzir a zero as perspectivas de crescimento do Reino Unido para este ano.
Faltam os efeitos de longo prazo, quantificados pelo primeiro-ministro britânico David Cameron em mais de 13 bilhões de libras (16,6 bilhões de euros, 20,4 bilhões de dólares) em quatro anos.
"Esta cifra é um pouco exagerada, sabendo que Cameron não leve em conta neste momento os lucros da construção, que são majoritários", disse Slavena Nazarova, economista do Credit Agricole Corporate and Investment Bank.
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