A economia criativa formada por atividades que geram renda e foram desenvolvidas a partir da capacidade intelectual está saindo do anonimato e ganhando a atenção de órgãos públicos e da iniciativa privada. No Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), empreendimentos desse setor já respondem por 5,5% do total de financiamentos concedidos. Thiago Tosatto, gerente de planejamento do banco no Paraná, diz que a tendência é de crescimento desse porcentual.
Tosatto que participou ontem do seminário "Economia Criativa", em Curitiba conta que o BRDE sempre foi voltado ao financiamento de projetos ligados à infraestrutura, mas que nos últimos anos teve de se adaptar às novas exigências do mercado. Para os empreendedores da economia criativa, as taxas de juros são as mesmas aplicadas aos outros setores, mas os prazos podem ser adaptados à capacidade de pagamento do tomador.
Tosatto afirma que a economia criativa ainda é uma novidade para o banco, mas não só para ele. Ricardo Dellaméa, assessor de diretoria do Sebrae no Paraná, explica que esse movimento surgiu como uma resposta à globalização, que atende o consumidor que busca algo diferente. Além disso, completa, surgiu com a criação de uma rede que quer dar protagonismo ao local, reafirmando raízes e origens. "Quanto mais caipira, mais valorizado é", brinca Dellaméa.
Segundo ele, o fomento da economia criativa passa por uma nova visão: olhar para um território e ver aquilo que é intangível, identificar a riqueza cultural e como ela pode dar origem a atividades que gerem renda. No Brasil, os dados sobre esse modelo são escassos, mas a atenção começa a se voltar para ele. Em janeiro foi implementada a Secretaria da Economia Criativa, sob o comando do Ministério da Cultura. A secretária, Cláudia Leitão, estará hoje em Curitiba participando do segundo e último dia do seminário, que está sendo realizado no Museu Oscar Niemeyer pelo governo estadual e pelo Sistema Fiep.
Microempreendedores
As empresas de pequeno porte são consideradas mais criativas porque têm uma força de trabalho jovem e instruída. E muitas atividades relacionadas com a economia criativa são desenvolvidas pela população mais carente. Rodrigo Brito é diretor executivo da Aliança Empreendedora, ONG curitibana que apoia empreendedores de baixa renda em todo o país. Ele conta que neste ano a organização está apoiando 6 mil projetos, com a ajuda de empresas parceiras.
Brito explica que a ONG atua de três maneiras: dando acesso ao conhecimento, oferecendo cursos e assessorando os empreendedores no desenvolvimento do plano de negócio; oferecendo linhas de crédito com juros baixos, seis meses de carência e dois anos para pagar; e fazendo parcerias com redes varejistas que facilitam a comercialização dos produtos.
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