O setor privado da zona do euro encolheu pelo sexto mês em julho, uma vez que a produção industrial afundou, ampliando a probabilidade de que o bloco entre novamente em recessão, mostraram nesta terça-feira (24) índices de gerentes de compras (PMI).
Em mais um golpe às autoridades que enfrentam a crise da dívida, a contração que começou em economias menores da zona do euro ganhou forças nos principais países, Alemanha e França.
O Índice de Gerentes de Compra Composto (PMI) do instituto Markit, uma combinação dos setores de serviços e indústrias e considerado como um guia do crescimento, se mantinha firme em 46,4 em julho, abaixo da expectativa de 46,5.
O índice está abaixo da marca de 50 - que separa crescimento de contração - há seis meses, e o Markit afirmou que isso sugere uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,6%.
"Está sugerindo que as coisas estão piorando", disse o economista-chefe do Markit, Chris Williamson. "O quadro geral de estabilização está mascarando um problema crescente na Alemanha e o núcleo está sendo cada vez mais afetado pela crise de dívida."
Uma pesquisa da Reuters estimou na semana passada que a economia do bloco encolheria apenas 0,1% no atual trimestre. Somado a uma contração esperada de 0,3% no segundo trimestre, isso colocaria a zona do euro em sua segunda recessão desde 2009.
Para tentar impulsionar o crescimento, o Banco Central Europeu cortou sua principal taxa de refinanciamento para uma mínima recorde de 0,75% e a taxa de depósito para zero neste mês.
Dados da Alemanha, maior economia da Europa, mostraram que seu setor industrial contraiu no ritmo mais rápido em mais de três anos e que seu setor de serviços, cuja expectativa era de estagnação, também encolheu.
Na França, a atividade industrial caiu no ritmo mais rápido desde maio de 2009 embora o setor de serviços tenha contrariado as expectativas ao apresentar um leve crescimento.
O índice do setor de indústria da zona do euro, responsável por grande parte da recuperação do bloco após a última recessão, caiu de 45,1 para 44,1 em julho, bem abaixo da previsão de 45,3 e no menor nível desde junho de 2009.
O índice de produção caiu de 44,7 para 43,6, menor leitura desde maio de 2009.
Já o PMI para o setor de serviços subiu neste mês para 47,6, superando a expectativa de 47,2 e acima dos 47,1 de junho, mas registrou o sexto mês abaixo da marca de 50.
O índice de expectativas empresarial, que mede como as empresas acham que estará a situação em um ano, caiu de 52,1 para 50,1, menor leitura desde março de 2009.