A economia do Japão encolheu muito menos do que o esperado no segundo trimestre, com as empresas correndo para recuperar o nível de produção após o devastador terremoto de março.
A alta do iene e a desaceleração da economia global, no entanto, surgem como obstáculos a um crescimento sustentável.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, terceira maior economia do mundo, recuou 0,3 por cento no segundo trimestre, menos do que a mediana de 0,7 por cento das previsões e que a queda de 0,9 por cento do primeiro trimestre.
Analistas esperam que o Japão passe a crescer no período de julho a setembro, provavelmente com a maior taxa entre as economias industrializadas, com exportações e indústria retornando aos níveis anteriores ao desastre.
"A economia vai mostrar uma recuperação em V entre julho e setembro, com a cadeia de produção ajudando a fortalecer as exportações", disse Yoshiki Shinke, economista-chefe da Dai-ichi Life Research Institute.
"Mas a economia vai perder ímpeto de outubro a dezembro em diante, embora não deva cair de volta em terreno negativo, à medida que desacelerar a demanda externa", afirmou.
Em termos anualizados, a economia do Japão encolheu 1,3 por cento, ante mediana de queda de 2,6 por cento nas previsões. No mesmo trimestre, os Estados Unidos tiveram crescimento anualizado de 1,3 por cento.
O ministro japonês de Economia, Kaoru Yosano, pediu que o banco central continue a ajudar a recuperação com amplas injeções de liquidez no mercado e uma política monetária expansionista.
"Nós observaremos de perto o impacto da crescente incerteza econômica global e das altas do iene sobre a economia do Japão", disse Yosano a jornalistas.
As intervenções nos mercados, combinadas com um aumento do programa de compra de ativos do BC e alguma forma de apoio financeiro às companhias mais afetadas, são as poucas opções remanescentes para Tóquio lidar com o fortalecimento do iene.
O iene, induzido pela fraqueza do dólar, subiu cerca de 5 por cento em pouco mais de um mês, para perto da máxima recorde de 76,25 por dólar, e acima de níveis usados por empresas japonesas em estimativas de lucro.
Alguns analistas interpretaram o crescimento fraco dos novos gastos de capital como sinal de cautela das empresas para acelerar o investimento diante da alta do iene, da demanda global em estagnação e da incerteza sobre as políticas do Japão.
O gasto de capital corporativo cresceu 0,2 por cento, abaixo das previsões de 0,5 por cento.
A demanda externa, ou o volume líquido de exportações, subtraiu 0,8 ponto percentual do PIB, com o desastre natural de março restringindo os embarques de algumas manufatureiras japonesas.
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