O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná recuou 2,4% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (1.º) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
A retração econômica estadual no primeiro trimestre foi menor que a nacional. Na comparação do mesmo período, o PIB brasileiro teve queda de 5,4%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esta queda do PIB estadual é mais forte que a registrada no primeiro trimestre de 2015, quando o recuo foi de 0,8% em relação a 2014. Os dados do Ipardes mostram, ainda, que a economia do Paraná encolheu 2,8% no acumulado dos últimos 12 meses em relação aos 12 meses anteriores. Na mesma comparação, o PIB brasileiro registrou contração de 4,7%.
Apesar de ser parceiro do IBGE no cálculo do PIB, o Ipardes não calcula o desempenho do Paraná em relação ao trimestre imediatamente anterior – nesse indicador, a economia do Brasil teve queda de 0,3%.
Para o diretor-presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior, esse resultado comprova que o estado foi afetado pela crise nacional. “Nenhum estado escapa da recessão. O resultado do Paraná mostra que a crise existe, mas é mais fraca no estado que no país”, diz. Segundo ele, isso ocorre porque o Paraná tem uma estrutura produtiva, principalmente no agronegócio, mais voltada ao mercado externo.
“A exportação é nossa válvula de escape da crise. A demanda doméstica está muito baixa, mas o setor produtivo no estado contorna isso pela demanda externa”, avalia Suzuki.
PERSPECTIVAS
Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes, avalia que no segundo semestre a economia paranaense já deve apresentar sinais de recuperação. “No segundo trimestre já devemos zerar esta queda, mas isso não significa um resultado anual positivo por conta do resultado no primeiro semestre”, afirma.
Setores
O setor industrial foi o que apesentou maior recuo na economia paranaense no início de 2016. A queda, fortemente influenciada pelo setor automotivo, foi de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos nacionais, o recuo atingiu 7,3%. “A gente vive um momento visível de desindustrialização no país e isso leva a reboque o Paraná”, afirma Suzuki.
No trimestre, até o setor agropecuário, que no ano passado evitou um tombo ainda maior da economia, teve variação negativa. A leve redução da safra de grãos, efeito do clima, fez com que a agropecuária paranaense registrasse uma queda de 0,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, entretanto, o setor cresceu 1,3%, em face de um recuo de 1% no Brasil.
O setor de serviços também registrou no Paraná um resultado melhor que no país. A queda foi de 3,7% em todo o Brasil, enquanto encolheu 1,2% no estado na mesma base de comparação. Suzuki explica que esse resultado decorre do fato de a taxa de desemprego ser menor no Paraná.
“O poder aquisitivo no estado recuou menos que no Brasil, temos uma condição de consumo um pouco melhor, o que se reflete no setor de serviços, que depende quase que exclusivamente da demanda interna”, avalia.
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