O aumento na geração de energia elétrica evitou que a economia do Paraná tivesse um recuo ainda mais forte em 2016.
O Produto Interno Bruto (PIB) do estado encolheu 2,4% no ano, retração mais suave que a sofrida pelo PIB brasileiro, de 3,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e pelo IBGE.
Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, em 2016 choveu o suficiente sobre as bacias hidrográficas onde estão as principais hidrelétricas do estado. A maior delas, a usina de Itaipu, bateu recorde de produção no ano passado, retomando o posto de maior geradora do mundo.
A geração de energia compõe a produção industrial, que, como os demais setores da economia, recuou menos no Paraná que no Brasil como um todo. De acordo com o Ipardes, o PIB da indústria paranaense caiu 2,3% no ano passado, ao passo que em todo o país o setor encolheu 3,8%.
Na agropecuária, as baixas foram de 3,1% no estado e de 6,6% na média nacional. “A produção agrícola diminuiu por questões climáticas. Houve estiagem durante a fase de desenvolvimento das lavouras”, observa Julio Suzuki, diretor-presidente do Ipardes.
O PIB do setor de serviços, que inclui o comércio, teve redução de 2,3% no Paraná e de 2,7% no país todo. “A demanda doméstica no estado foi um pouco menos afetada durante a crise porque o desemprego no Paraná é mais baixo, o que significa uma massa de salários um pouco mais protegida e, consequentemente, um consumo um pouco mais blindado”, diz Suzuki.
Conforme a Pnad Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação no Paraná subiu de 5,8% no fim de 2015 para 8,1% no último trimestre do ano passado, mas continuou bem abaixo da registrada em todo o país, que avançou de 9% para 12% no mesmo intervalo.
Três anos de recessão
A queda do PIB paranaense foi a terceira consecutiva. Depois de avançar 5,5% em 2013, a economia estadual recuou 1,5% em 2014, 3,3% em 2015 e 2,4% em 2016.
O comportamento do PIB nacional foi diferente. O país cresceu menos que o Paraná em 2013 (3%), mas conseguiu uma ligeira expansão no ano seguinte (0,5%). Em 2015 e 2016, no entanto, as retrações da economia nacional foram mais fortes (3,8% e 3,6%, respectivamente).