Sob o impacto do tombo da indústria e também da queda no setor de serviços, o mais relevante na economia estadual, o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná encolheu 2,8% em 2015. A estimativa é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), parceiro do IBGE no cálculo dos números do estado.
O resultado negativo dá sequência à desaceleração iniciada no ano anterior, quando o PIB paranaense cresceu apenas 0,8%, conforme estimativa preliminar do Ipardes. Em 2013, a alta havia sido de 5,6%. A economia do Paraná não diminuía de tamanho desde o recuo de 0,1% registrado em 2012.
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A retração do estado em 2015 foi mais leve que a do país todo. O PIB nacional, segundo divulgou nesta quinta-feira (3) o IBGE, caiu 3,8%, no pior resultado desde 1990, ano em que o governo Collor confiscou a poupança.
Agropecuária
Na avaliação do presidente do Ipardes, Julio Suzuki, a recessão um pouco mais suave no Paraná se deve principalmente à agropecuária, cujo PIB avançou 4,4% em 2015, ante 1,8% na média nacional.
“Tivemos safra de grãos recorde em 2015, e o setor de carnes ainda com desempenho positivo”, observa o economista. Segundo dados de 2013, a agropecuária responde por 10,5% da economia local.
Indústria
Na divisão por grandes setores, os piores números vieram da indústria paranaense, que despencou 7% no ano passado, resultado inferior ao do país todo (-6,2%). Incluindo o desempenho das empresas de saneamento, energia elétrica e também a construção civil, a indústria tem peso de 26,3% no PIB estadual.
“O Paraná desenvolveu uma indústria automotiva bastante significativa, Como ela foi, sem dúvida, o segmento que mais caiu no ano passado, puxou a indústria toda para baixo”, diz o presidente do Ipardes.
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Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, a produção de veículos, reboques e carrocerias no estado desabou 32,8% no ano passado, depois de cair 20,4% em 2014. No Brasil, esse mesmo segmento registrou quedas de 16,8% em 2014 e 25,9% em 2015.
Serviços
Outro resultado negativo foi o de serviços, que inclui o comércio. Responsável por 63,2% da produção de riquezas no estado, esse setor recuou 2,3% no ano passado, ante uma queda de 2,7% na média nacional.
“O desempenho dos serviços é reflexo direto da queda do emprego e da renda”, explica Suzuki. “Como o desemprego no Paraná está abaixo da média nacional, o comprometimento da renda das famílias foi um pouco menos afetado aqui, o que pode explicar esse desempenho ligeiramente superior do estado.”
Segundo a Pnad Contínua, do IBGE, a taxa de desemprego no Paraná chegou a 6,1% no terceiro trimestre de 2015. No mesmo período, índice de desocupação em todo o país foi de 8,9%.
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