O setor público teve superavit (resultado positivo de receitas menos despesas) de R$ 3,5 bilhões em suas contas em março, informou nesta terça-feira (30) o BC (Banco Central). Em fevereiro, houve deficit de R$ 3,031 bilhões.
O setor público inclui o governo central -Tesouro Nacional, BC e Previdência Social- os governos regionais (Estados e municípios) e as empresas estatais.
Com isso, a economia para pagar os juros da dívida aumentou para R$ 30,7 bilhões no trimestre -equivalente a 2,72% do PIB (Produto Interno Bruto).
O resultado é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, que apresentou superavit de 4,45% do PIB.
A economia para pagar os juros da dívida de R$ 3,5 bilhões em março é fruto de um superavit de R$ 1,059 bilhão do governo central e de R$ 2,1 bilhões de Estados e municípios.
As empresas estatais também contribuíram com o resultado, acrescentando um superavit de R$ 298 milhões.
No acumulado de 12 meses, o superavit primário é 1,99% do PIB, ou R$ 89,7 bilhões.
Dívida pública
O resultado nominal -resultado do superavit primário menos o dinheiro usado para pagar a dívida- ficou negativo em R$ 15,859 bilhões no mês passado. No ano, acumula saldo negativo de R$ 31,539 bilhões.
Com isso, a dívida pública nominal -que desconta os ativos dos governos e estatais- teve um leve recuo de 35,6% em fevereiro para 35,5% em março e atingiu R$ 1,596 trilhão.
Já a dívida bruta -que não desconta os ativos do governo de suas dívidas- teve variação positiva, de 0,1 ponto percentual para 59,2% do PIB na mesma comparação, e atingiu R$ 2,663 trilhões.
Redução da meta
A meta oficial do governo é economizar R$ 155,2 bilhões neste ano para o pagamento de juros, o equivalente a 3,2% do PIB (Produto Interno Bruto).
Mas, na semana retrasada, regras propostas pela Fazenda e pelo Planejamento desobrigaram o governo federal de garantir a economia projetada para Estados e municípios.
Até então, se o desempenho dos governos regionais ficasse abaixo do previsto, a União teria de compensar a diferença com um aperto adicional em suas contas, assegurando o cumprimento da meta total.
Se todas as antigas e novas brechas legais forem utilizadas, a economia obrigatória das contas federais, estaduais e municipais para pagar a dívida cairá para o equivalente a 0,9% do PIB.