O primeiro dia útil após o auge do estresse no mercado financeiro em 12 anos começa com mais um indicador melhor que o esperado. A economia brasileira encolheu 0,02% em julho, nas contas do Banco Central. A estimativa dos especialistas era que o IBC-Br mostraria uma queda de 0,3% em relação ao desempenho da economia no mês anterior. Os dados foram divulgados nesta manhã pela autoridade monetária.

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Região Sul tem o maior recuo da atividade econômica em julho

De acordo com o Banco Central, queda foi de 0,63% no sétimo mês do ano

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Uma retração era esperada por causa dos dados preliminares dos setores que não foram nada bons. A produção industrial, por exemplo, encolheu 1,5% em julho, segundo o IBGE. O resultado chocou o mercado financeiro que esperava uma queda bem mais amena, entre 0,1% e 0,2%. Foi a maior retração para o mês desde 2013.

Trabalhador do setor também sente os efeitos da crise. O número de horas pagas diminuiu 1,2% na passagem de junho para julho: quinta taxa negativa consecutiva. Só a indústria paulista, por exemplo, fechou 119 mil vagas neste ano.

Seria mais simples a situação econômica se fosse apenas a indústria em retração, mas o comércio também registra contrações seguidas. As vendas no varejo tiveram, em julho, a sexta queda consecutiva: queda de 1% em relação ao mês anterior. É o pior resultado para o mês desde o início da série em 2000, de acordo com o IBGE.

Pelo menos o setor de serviços está no azul com um faturamento em alta de 2,1% em julho frente a igual mês do ano anterior, segundo o IBGE. Mesmo no campo positivo, os resultados são os menores para julho desde que o instituto passou a registrar os dados, em 2012.

Metodologias

Tanto o IBC-Br quanto o PIB são indicadores que medem a atividade econômica, mas têm diferenças na metodologia. O IBC-Br foi criado pelo BC para ser uma referência do comportamento da atividade econômica que sirva para orientar a política de controle da inflação pelo Comitê de Política Monetária (Copom), uma vez que o dado oficial do PIB é divulgado pelo IBGE com defasagem em torno de três meses.

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O indicador do BC leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (indústria, agropecuária e serviços).

Já o PIB é calculado pelo IBGE a partir da soma dos bens e serviços produzidos na economia. Pelo lado da produção, considera-se a agropecuária, a indústria, os serviços, além dos impostos. Já pelo lado da demanda, são computados dados do consumo das famílias, consumo do governo e investimentos, além de exportações e importações.