A economia brasileira encolheu pelo segundo trimestre consecutivo nos últimos três meses do ano passado, de acordo com o índice de atividade divulgado ontem pelo Banco Central. O IBC-Br apresentou queda de 0,17% no quarto trimestre do ano passado em relação ao trimestre anterior, depois de cair 0,21% no terceiro trimestre. A mediana das previsões para o número era de estabilidade. No ano, houve crescimento de 2,52%.
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Para muitos analistas, os números mostram que a economia está mais fraca que o esperado. A maioria, no entanto, diz que ainda não é possível falar em recessão técnica, configurada pela retração no Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestres seguidos.
Segundo economistas, o indicador, conhecido popularmente como "PIB do BC", não pode ser considerado como uma prévia do dado do IBGE, que sai no próximo dia 27 e deve ficar entre estabilidade e crescimento de 0,60%, segundo levantamento feito pelo AE Projeções, logo após a divulgação do indicador do BC. A mediana das previsões é uma expansão de 0,30% para o PIB dos três últimos meses do ano passado, ante o terceiro trimestre.
"Tem gente que vai falar em recessão técnica, mas não é bem assim, é preciso esperar para ver se o PIB do quarto trimestre vem negativo. O que vale é o dado do IBGE", disse o economista-chefe do banco Besi Brasil, Flávio Serrano. Para ele, o quarto trimestre ficará entre estabilidade e alta de 0,4%. O PIB do terceiro trimestre de 2013 contraiu 0,5%.
De acordo com Serrano, há muito tempo o Brasil sofre com um mix de resultados ruins, com atividade fraca e inflação alta. "O incentivo ao consumo e o aumento do gasto público não estão surtindo efeito", afirmou. "Apesar de o indicador ter avançado 2,52% no ano passado, todo o crescimento ficou concentrado no primeiro semestre."
Indústria
Na avaliação do economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada, as duas quedas trimestrais no IBC-BR são reflexo de atividade industrial retraída. O desempenho negativo da atividade no final do ano passado, ajudado também pela desaceleração no varejo que deve persistir em 2014, sinaliza que o PIB do primeiro trimestre deste ano possa ser mais fraco que o previsto, segundo ele. A Tendências avalia que o PIB deve avançar 0,2% nos últimos três meses de 2013. Com isso, o Brasil deve escapar de uma recessão.