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Os dados do setor externo surpreenderam positivamente em junho. O rombo das contas correntes ficou menor do que o esperado pelo Banco Central (BC), enquanto o Investimento Direto no País (IDP) veio acima das expectativas no mês.

Por trás de números positivos, no entanto, estão dados negativos: a melhora se deve principalmente ao enfraquecimento da economia e à alta do dólar, quadro que diminui o lucro das empresas, que remetem menores volumes para o exterior e desanima os brasileiros a viajarem para fora do país.

O déficit das transações correntes, que é a diferença entre o que o Brasil recebeu e gastou, em junho foi de US$ 2,5 bilhões, metade dos US$ 5,1 bilhões registrados no mesmo mês de 2014. A previsão do BC era de um rombo maior, de US$ 3,5 bilhões.

“A principal surpresa do déficit em junho foi a balança maior que o previsto”, disse o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha. No mês passado, a balança comercial teve um superávit de US$ 4,4 bilhões, o melhor resultado para junho desde 2009. Mais uma vez, foi a combinação de atividade debilitada e dólar mais forte que influenciou o saldo.

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Remessa

A remessa de lucros e dividendos de companhias para suas matrizes no exterior somou US$ 2,5 bilhões no mês passado e US$ 9,5 bilhões no primeiro semestre. “Se temos uma atividade que tem desempenho melhor, a expectativa é que os lucros aumentem, em uma atividade mais devagar, os lucros diminuem”, explicou Rocha. “A desvalorização cambial também afeta esses lucros, já que os resultados são auferidos em reais e precisam ser convertidos para dólares”, completou.

No mesmo período, os gastos de brasileiros com viagens internacionais foi de US$ 1,7 bilhão, enquanto os estrangeiros deixaram no país US$ 445 milhões. Resultado: saldo negativo de US$ 1,2 bilhão.

Já o IDP somou US$ 5,4 bilhões no mês passado, enquanto a estimativa do Banco Central era de US$ 4 bilhões de entradas. Apesar de melhor do que o esperado, o resultado, salientou Rocha, está em trajetória de desaceleração quando é observado o volume do primeiro semestre.

De janeiro a junho, os ingressos de capital estrangeiro, de US$ 31 bilhões, representam 81% do déficit das transações. Em igual período do ano passado, esse número estava em US$ 46 bilhões.

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