O governo japonês melhorou nesta terça-feira sua avaliação da economia pelo terceiro mês consecutivo, a qual se encontra "a caminho da recuperação" e mostra sinais convincentes de melhora em linha com as políticas de estímulo promovidas pelo Executivo.
Em seu relatório sobre o estado da economia durante o mês de julho, o gabinete japonês ressaltou o "crescimento estável" do país, que, por sinal, "mostra sinais claros em direção à recuperação".
Em relação ao objetivo de acabar com cerca de 15 anos de deflação e conseguir uma inflação sustentada de 2% em um período de dois anos, o Executivo de Shinzo Abe destacou no relatório que a alta recente dos preços "indica que a deflação está diminuindo".
Segundo o relatório de julho, divulgado pela agência "Kyodo", os dados econômicos sugerem que os preços começarão a subir no final deste ano, impulsionados pelas drásticas medidas de flexibilização monetária instauradas pelo Banco do Japão.
Neste sentido, na última semana, o emissor estimou que os preços do país serão situados em 0,6% neste ano, enquanto, em 2015, alcançarão 1,9% anualizado, de acordo com o objetivo definido pelo governo.
O relatório também ressaltou a melhora das exportações graças à contínua desvalorização do iene, que supôs, além disso, um impulso para o setor empresarial no exterior.
No documento, que utilizou a palavra "recuperação" pela primeira vez em 10 meses, o governo japonês também revisou para cima a situação em quatro dos 14 setores econômicos que analisa, como a produção industrial.
À margem do relatório mensal, o governo publicou hoje o relatório da economia e das finanças do país correspondente ao ano de 2013.
O relatório anual, que segue a mesma linha que o mensal, destacou que a terceira economia mundial mostrou "sinais de estar mudando" durante o último ano e que se encontra no caminho certo para pôr fim à deflação.
Já a recuperação fiscal do país, cuja dívida pública é maior que o dobro de seu PIB, foi considerado como "um assunto urgente" pelo governo, que voltou a defender a anunciada alta dos impostos sobre o consumo, um movimento que terá um "forte efeito" sobre os cofres do Estado.
Neste sentido, espera-se que o governo siga adiante com seu plano de aumentar o IVA de 5%, atual, até 8% em 2014, para voltar a subir até 10% no ano seguinte, uma medida controversa em um país cujo consumo interno representa 60% de seu PIB.
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