ESCORREGÃO
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, gerou confusão na manhã desta quarta-feira (8) ao responder enfaticamente “com certeza” a questionamento sobre se a meta da inflação não seria atingida até o final do ano. O ministro fez a afirmativa e em seguida iniciou uma explicação sobre sua confiança no Banco Central. Questionado novamente se havia dito de fato que a inflação ficaria acima da meta, o ministro se explicou: “Com certeza eu responderei a pergunta da colega. É óbvio. Desculpe o mal entendido. Ainda bem que vocês perguntam mais de uma vez”, disse aos jornalistas.
Os efeitos da atividade mais fraca começam a dar os primeiros sinais sobre a inflação de serviços, disse o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores, ao avaliar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março. Segundo ele, o grupo serviços vem registrando taxas elevadas há algum tempo, mas agora a perda de dinamismo da economia dá sinais de reflexos sobre o poder de compra das famílias. “A resposta tende a ser uma diminuição da procura por esses serviços”, analisou.
O economista lembrou que o grupo serviços chegou a bater 9,19% em junho do ano passado e passou a se estabilizar na faixa de 8,00%. A tendência, disse, é de que a taxa rume para a marca de 7,00% este ano, diante do enfraquecimento econômico. Já o IPCA fechado de 2015 deve ficar perto de 7,70%, disse.
“Tem de tomar cuidado ao estimar que a inflação irá avançar muito mais que isso. Embora ainda tenha uma distribuição forte de benefícios, o enfraquecimento do mercado de trabalho deve ajudar no arrefecimento de serviços. A economia não está conseguindo mais suportar isso (taxas elevadas)”, avaliou o economista da RC.
A expectativa de Caparoz é de que o IPCA de abril desacelere para quase 0,70%, pois considera que os impactos da alta de energia elétrica atingiram o pico no terceiro mês do ano.
Juros
A despeito da pressão da inflação neste momento, Caparoz espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) diminua o ritmo de alta da taxa Selic de 0,50 ponto porcentual para 0,25 ponto já na reunião deste mês, com os juros fechando o ano em 13,25%. “Os nossos juros são os maiores do mundo. A nossa inflação está avançando mais por causa dos administrados, do tarifaço. A tendência é que os livres desacelerem, ainda que continuem perto do teto (de 6,50% para o IPCA)”, analisou.
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