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Debate

Economista do Banco Mundial vê pessimismo exagerado sobre o Brasil

O mercado está tomado por um pessimismo exagerado em relação ao Brasil, afirmou o economista do Banco Mundial Philip Schellekens.

"É como se tivesse havido um otimismo exagerado durante o boom das commodities e agora a situação é que há pessimismo em excesso sobre a situação da economia do Brasil", disse em seminário para debater a situação dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na Universidade de Columbia, em Nova York.

Segundo ele, parte das razões que explicam esta visão está errada. "Alguns dizem, por exemplo, que o ambiente externo se deteriorou de forma dramática e por isso o Brasil está indo mal. Vamos lembrar que o Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com participação pequena das exportações e importações no PIB", afirmou.

"O crescimento no Brasil ainda é originado, primariamente, no Brasil."

Schellekens concordou, no entanto, que ainda faltam reformas macroeconômicas no país. "O Brasil foi tão bem durante os anos do boom de commodities sobretudo por causa das reformas feitas pelas administrações anteriores, que criaram espaço para o país crescer. Essa é realmente a pauta agora."

Opiniões diferentes

O evento também foi palco de um debate acalorado entre o brasileiro Otaviano Canuto, consultor do Banco Mundial, e o economista da American University Arturo Porzecanski.

Ao falar sobre a criação do banco de desenvolvimento dos Brics, oficializada em julho deste ano, Porzecanski rechaçou a ideia de que a instituição possa substituir os organismos de governança mundial atuais, como Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

"Eles dizem que querem focar em infraestrutura, mas eu acho que a pauta é diferente. Não é mudar o mundo ou construir pontes. Eles querem é conseguir contratos", disse.

"Estão substituindo o FMI? Não! Por favor, vamos cortar o 'hype' e ver o que realmente está acontecendo nos Brics."

Canuto retrucou, afirmando que a crítica é proveniente de uma visão centrada demais nos Estados Unidos. "Essa instituição não pode ser analisada como se fosse substituir o FMI. É uma tentativa de resolver necessidades práticas, um complemento dada a dificuldade de resolver o problema [de infraestrutura]", disse.

"Esses países estão tentando substituir o FMI? É uma pergunta estúpida."

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