Em um momento de forte baixa da economia que segue uma catástrofe natural, como a que ocorreu em Santa Catarina, alguns economistas defendem a adoção de políticas públicas com forte caráter anticíclico, ou seja, em que os gastos públicos seguram a demanda. Essa abordagem vale especialmente para o território catarinense, que teve setores abalados pela situação de calamidade e cujo colapso pode abalar as economias vizinhas, segundo o coordenador técnico do escritório catarinense do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese/SC), José Álvaro Cardoso.
"A situação de calamidade decretada em Santa Catarina pode causar um baque maior na economia porque o caminho habitual dos empresários em crises é combater os prejuízos com demissões", diz. "Governo e empresários precisam ter um comportamento anticíclico. Se o processo de crescimento for interrompido, vai ser ruim pra todo mundo e aumenta o risco de recessão que já existe fora do Brasil", diz.
O economista sugere que a redução temporária de jornada de trabalho nas indústrias catarinenses pode ser uma alternativa às demissões. "Assim como uma casa, um desabrigado precisa também de um emprego. A redução de jornada de trabalho é uma opção que pode fazer sentido para poder empregar mais pessoas. Claro que os custos aumentam, mas o governo poderia entrar com uma parte dos custos para garantir a produção profissional da população", argumenta. (AL)
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