Os economistas do mercado financeiro erraram – bastante – as projeções dos principais indicadores para 2016. A estimativa mais distante foi a do dólar. No primeiro Boletim Focus do ano, em 8 de janeiro, o mercado esperava que a moeda americana fechasse o ano bem acima dos R$ 4, em R$ 4,25. No último relatório, porém, a previsão do ano foi revisada para R$ 3,37.
Os analistas que integram o Focus, divulgado pelo Banco Central, projetavam em janeiro uma retração de -2,99% do Produto Interno Bruto (PIB). Em dezembro, o mercado aumentou a previsão de encolhimento do PIB, para -3,49%. Uma diferença de meio ponto porcentual.
A expectativa dos economistas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano era que o governo não conseguiria levar a inflação para dentro da janela da meta. Em janeiro, a previsão era o índice chegasse a 6,93% no ano. A estimativa foi revisada para 6,40% agora em dezembro, abaixo do teto da meta. As previsões de inflação foram acumulando quedas ao longo do ano, acentuadas nos últimos dois meses.
O Boletim Focus traz as apostas dos economistas para os principais indicadores econômicos do país --PIB, inflação, dólar, juros. São ouvidas mais de cem instituições financeiras. O BC exclui as previsões extremas (maior e menor) e calcula uma mediana dessas perspectivas.
Em queda
No caso da produção industrial, houve uma piora significativa do cenário que esperavam os economistas do Focus. Em janeiro, eles previam uma queda de 3,45% no índice. Agora a expectativa é que a produção industrial feche o ano em -6,68%, quase o dobro do esperado inicialmente.
Em alta
Já as projeções para o superávit (exportações maiores que importações) da balança comercial e para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no país tiveram um efeito contrário. Em janeiro de o superávit era estimado em US$ 35 bilhões e passou para US$ 47,1 bilhões em dezembro. A previsão de investimento estrangeiro também subiu US$ 55 bilhões para US$ 68 bilhões no mesmo período.