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cenário macroeconômico

Economistas projetam queda menor do PIB, mas inflação maior neste ano

Consumidores vão ter de continuar a fazer cálculos no supermercado, pois a inflação vai seguir alta neste ano, em  torno dos 7%. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Consumidores vão ter de continuar a fazer cálculos no supermercado, pois a inflação vai seguir alta neste ano, em torno dos 7%. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Economistas e instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central projetam queda menor do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, mas preveem inflação maior para 2016, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (6). O Boletim Focus, pesquisa semanal do BC, indica que a atividade econômica vai recuar 3,71% em 2016. A estimativa anterior era de queda de 3,81% e, há quatro semanas, de contração de 3,86%.

Para 2017, a estimativa de crescimento passou de 0,55% na semana passada para 0,85% nesta. Na quarta-feira passada o anúncio de queda de 0,3% do PIB no primeiro trimestre, que foi recebido com surpresa por economistas. O mercado esperava uma retração em torno de 0,8% no período.

Há mudanças no cenário presente capazes de atenuar os prognósticos sombrios para o restante do ano. O afastamento da presidente Dilma Rousseff e as mudanças na equipe econômica foram celebrados por empresários e investidores, mas permanece incerta a viabilidade do programa de controle dos gastos públicos apresentado pelo governo Michel Temer, que nem sequer foi detalhado e formalizado. A sustentação política do governo interino também é ameaçada pela Operação Lava Jato.

Preços

O boletim voltou a mostrar inflação pressionada neste ano. O IPCA, índice oficial de preços, deve encerrar 2016 a 7,12%, contra estimativa de 7,06% na semana passada. Há quatro semanas, a previsão era de 7%.

A perspectiva para a inflação em 2017 foi mantida em 5,50%. O porcentual fica abaixo da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2017, que é de 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Dólar

A pesquisa elevou a projeção para o dólar no final deste ano, de R$ 3,65 para R$ 3,68. Para 2017, a estimativa se manteve em R$ 3,85.

No que foi visto como um sinal de que a recuperação econômica nos EUA ainda é débil, o governo americano divulgou alta de apenas 38 mil empregos em maio, a menor em cinco anos.

A avaliação de que isso levará o Fed (banco central dos EUA) a postergar um aumento de juros animou o mercado financeiro no Brasil.

Juros

A previsão da taxa básica de juros (Selic) permaneceu estável para 2016 e 2017. Espera-se que a Selic esteja em 12,88% no final deste ano e em 11,25% no próximo.

Na quarta-feira (8), a diretoria do Banco Central se reúne para definir a taxa básica de juros. A reunião do Copom não será presidida pelo indicado à chefia do BC Ilan Goldfajn, que ainda precisa passar por sabatina no Senado, prevista para esta terça-feira (7).

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