Mesmo com o anúncio da redução das taxas de juros cobradas pelos bancos nas linhas de crédito para pessoas físicas, os clientes bancários devem manter a cautela na hora de mudar de instituição financeira ou de pegar um novo empréstimo. Essa é a recomendação de alguns economistas ouvidos pela Agência Brasil.
O especialista em finanças pessoais e professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques recomenda às pessoas que pesquisem e comparem os produtos oferecidos pelos bancos na hora de tomar um empréstimo. "O dinheiro, o empréstimo, também é um produto", lembrou. Mas o professor alerta que os consumidores devem evitar o impulso de fazer compras à prestação. A dica é só parcelar se responder "sim" a três perguntas: tenho necessidade deste produto? Tenho dinheiro para pagar? Preciso comprar agora?
Antes de trocar de banco para obter taxas mais baixas de juros, a dica do professor de finanças pessoais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fábio Gallo é negociar a redução dos encargos com a própria instituição financeira da qual já é cliente. "Antes de mudar de conta e ficar entusiasmado com o anúncio da taxa do banco do vizinho, é preciso negociar". Gallo disse ainda que o cliente deve fazer simulações dos empréstimos, verificar o valor das prestações e a taxa efetiva de juros. E se for mudar de banco, é preciso analisar ainda todo o pacote de serviços oferecido pelo banco.
Outra orientação é que o cliente peça ao banco para o qual pretende migrar que seja apresentado por escrito tudo o que está sendo prometido, como tarifas e taxas. Assim, se for preciso recorrer aos órgãos de defesa do consumidor, o cliente terá a documentação necessária para comprovar irregularidades.
Hoje (18), seguindo o movimento iniciado pelos bancos públicos Caixa e Banco do Brasil, Bradesco e Itaú anunciaram redução de de juros para clientes.
O governo vinha cobrado dos bancos privados a redução dos juros. A presidente Dilma Rousseff classificou os juros altos como um dos entraves que impedem o crescimento mais acelerado da economia brasileira, de forma equilibrada e contínua. No dia 12, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também criticou os bancos privados. Segundo ele, as instituições privadas provocam retenção de crédito, cobram o maior spread (diferença entre a taxa de captação de recursos de investidores e a cobrada de quem pega empréstimo) do mundo e "querem jogar a conta nas costas do governo".