Embora exija tempo e disposição, a pesquisa cotidiana de preços no supermercado pode garantir uma economia anual de R$ 705 para os consumidores de Curitiba, conforme mostrou levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) feito em 61 estabelecimentos da capital. A pesquisa mostrou ainda que quem está em busca do menor preço e não tem apego às marcas consegue economizar até R$ 868 por ano.
O levantamento, feito em 20 cidades de 14 estados brasileiros em abril deste ano, analisou os preços de duas cestas de produtos classificadas de acordo com perfis de consumo distintos: a primeira é composta de 104 itens com marcas definidas, encontrados nos setores de mercearia, higiene e limpeza, perecíveis e hortifruti. Já a segunda cesta analisa o menor preço de 90 produtos e desconsidera carne, frutas, verduras e legumes.
A coordenadora da pesquisa, Michele Marques, explica que por conta de uma ponderação dos produtos mais importantes na composição das cestas, os supermercados identificados como os mais baratos são aqueles que vendem com preços menores os produtos mais consumidos.
Em Curitiba, o preço mais barato para os produtos da cesta 1 foi encontrado no Condor da Rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro. No outro extremo, com o preço médio mais caro, está o supermercado Telêmaco Borba, localizado no Portão. Para comprar os 104 itens dessa cesta os moradores de Curitiba precisam desembolsar R$ 314,09, o quarto menor preço entre as 14 cidades analisadas. No caso da Cesta 2 cujo valor médio foi de R$ 223,80 a pesquisa identificou o menor preço no supermercado Makro da Avenida Presidente Wenceslau Brás e o maior preço médio no Pão de Açúcar do Jardim Social, na Rua Arquimedes Cruz, 85.
O levantamento do Proteste mostrou que não é preciso ir tão longe. Em muitos casos, basta atravessar a rua ou andar algumas quadras para pagar mais barato. A economia pode chegar a 11% para quem escolhe comprar no Condor ao invés do Cabral Supermercado, ambos localizados na Rua Natal, no bairro Cajuru.
JustificativasEmpresas dizem que oscilação de preços é normal no varejo
Apesar da boa classificação no Guia de Preços do Proteste, a gerente de marketing da rede Condor, Elaine Munhoz, diz que as pesquisas de preço refletem um momento específico e que o varejo é muito dinâmico. Segundo ela, além da negociação geral de preços para toda a rede, existem situações em que os fornecedores oferecem ofertas pontuais para determinada região, com o objetivo de fortalecer a marca em um local onde ela é pouco conhecida. "Isso explica a diferença de preço entre lojas da mesma rede, que costuma ser bastante questionada em pesquisas como essa".
Para Carlos Alberto Gomes, proprietário do supermercado Telêmaco Borba, que apresentou o maior preço médio da cesta 1, embora as grandes redes consigam comprar grandes volumes, também têm um alto custo operacional que os estabelecimentos menores não têm. Na visão dele, isso não justifica a diferença de preço apontada pelo levantamento do Proteste. "Os preços flutuam ao longo da semana em todos os estabelecimentos". Segundo Gomes, o fato da pesquisa não ser feita em todos os supermercados no mesmo dia pode distorcer os resultados.