"Quero um vermelho mais claro para a flor" e "deixe o azul do céu mais escuro" são comandos que os programas para edição de fotos ainda não entendem. "Ainda", se depender dos pesquisadores da gigante Xerox, que trabalham no desenvolvimento de um produto para deixar mais intuitiva as mudanças realizadas nas imagens digitais.
Quando chegar ao mercado, em alguns anos, a novidade deve agradar aqueles que se perdem quando têm de decidir se, para chegar ao amarelo ideal, devem reduzir o azul ou aumentar em iguais proporções o vermelho e o verde.
O objetivo do programa (ainda um protótipo) é dar aos usuários uma ferramenta simples para traduzir a descrição do que eles querem -- expressada via texto ou até mesmo via fala -- em códigos numéricos. "Escreva a frase coloque um amarelo mais vivo no sol e a impressora lerá use a cor CIELAB[88, -3, 64]", exemplificou o jornal "The New York Times".
"As ferramentas atualmente usadas foram criadas por engenheiros e têm interface voltada a esse tipo de público", afirmou Geoffrey Woolfe, líder do projeto, segundo a publicação "Technology Review". "Os comandos usados nesses programas não são compatíveis com o entendimento cognitivo dos usuários, mas todos conseguem descrever cores usando a linguagem."
A tecnologia tem como base o reconhecimento da língua -- atualmente, o protótipo identifica 1,8 mil palavras em inglês utilizadas para descrever cores, como "cor de cravo" e "azul-celeste". Também há 15 atributos para esses tons, como "mais brilhante" e "mais profundo", além de modificadores como "mais" ou "menos".
Com base nesses comandos, a tecnologia encontra a cor mais próxima daquilo que o usuário quer. Em seguida, cria uma "máscara" sobre a imagem e aplica as mudanças somente nessa região selecionada. "Estamos democratizando as cores e, de certa forma, tentando levar cores de alta qualidade para os usuários comuns", continuou. Ainda não há previsão para lançamento da novidade.
