Presidente da República com o maior número de viagens no currículo, Luiz Inácio Lula da Silva costuma se autodenominar um caixeiro-viajante e se orgulhar, em discursos, de divulgar os produtos nacionais em lugares onde governantes brasileiros nunca estiveram.

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Mas os dados da balança comercial mostram que o crescimento (ou redução) do intercâmbio do Brasil com esses países, não tem, necessariamente, relação com as visitas presidenciais.

Entre os destinos "inexplorados" antes de Lula, estão muitos países do Oriente Médio e África - na última terça (16), o rol de países visitados por um chefe de Estado brasileiro incluiu o Cazaquistão, na Ásia.

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Dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) mostram que, enquanto no Oriente Médio o saldo da balança comercial (exportações menos importações) aumentou 34,42% entre 2003 e 2008, no continente africano, a despeito do aumento das exportações em muitos países, a queda na balança foi de 81%.

Nesse período, Lula fez 19 viagens a 15 países africanos e seis a nações do Oriente Médio. Para efeito de comparação, entre os cinco países mais visitados pelo atual presidente desde o primeiro mandato – Argentina, Estados Unidos, Bolívia, Venezuela e Chile - o comércio avançou 17,49% nesses seis anos.

É pouco se comparado à expansão do comércio do país com os países do chamado Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) onde, segundo o governo, houve incremento de 500%.

Isso se dá porque, segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, muitas das visitas do presidente a parceiros comerciais tradicionais, como Argentina e Estados Unidos, têm outro caráter, como a resolução de problemas nem sempre relacionados ao comércio.

Já as viagens a parceiros não-tradicionais, segundo Barral, fazem parte da política de redefinição de mercados e avanço em regiões pouco exploradas, sobretudo na América Latina, Ásia e África.

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"Há oito anos, o comércio com a África era inferior a 8%. Hoje estamos falando de US$ 10 bilhões em exportações, normalmente de produtos industriais, como alimentos industrializados, remédios e até aviões."