A Vale registrou prejuízo de R$ 14,848 bilhões no quarto trimestre de 2013, após assumir uma dívida de R$ 22 bilhões com o Refis, referente ao pagamento de Imposto de Renda de controladas no exterior.
Tal resultado praticamente zerou os ganhos dos trimestres anteriores e fez a mineradora ter um lucro de apenas R$ 115 milhões em 2013, contra um lucro de R$ 9,8 bilhões em 2012.
Excluído o efeito do acordo com o governo para adesão no Refis, a Vale teria obtido um ganho de R$ 26,47 bilhões em 2013 e um resultado positivo de R$ 3,7 bilhões -inferior ao registrado no terceiro trimestre (R$ 8,3 bilhões, usando o mesmo critério do chamado lucro básico, que desconta alguns efeitos atípicos).
Segundo a Vale, o impacto do Refis sobre o lucro líquido foi menor do que o estimado inicialmente em novembro, quando da adesão ao programa. Era esperado um efeito de R$ 20,7 bilhões, mas o real peso no balanço da mineradora ficou em R$ 14,8 bilhões em 2013.
A Vale disse que a adesão ao programa de parcelamento de débitos gerou uma "considerável" redução nos valores discutidos com a Receita sobre o imposto devido.
O prejuízo não foi mal interpretado pelo mercado, que vê o resultado negativo como pontual diante de uma despesa extraordinária, segundo Pedro Galdi, analista da corretora SLW. Na ocasião, o acordo foi bem recebido porque equacionava um problema que já se prolongava havia anos.
Apesar da previsão de prejuízo entre outubro e dezembro, as ações da Vale subiram 0,25% (ON) e 0,28% (PNA), num dia em que o Ibovespa fechou com queda de 0,25%.