A aposta de que administração de Donald Trump deve elevar os gastos do governo dos Estados Unidos, forçando o Fed a adotar uma política monetária mais restritiva para contrabalançar os efeitos na economia, fortaleceu o dólar ante as moedas de vários países emergentes, inclusive do Brasil.
Por aqui, o valor à vista subiu pela quinta sessão seguida, avançando 1,15% no pregão de ontem na Bolsa, terminando a R$ 3,44, o maior valor desde 16 de junho (R$ 3,4654). Desde a eleição do candidato republicano, as divisas acumularam alta de 8,6%. No mercado futuro, o dólar para dezembro avançou a 1,17%, a R$ 3,45. O volume de negócios ficou em US$ 13,340 bilhões. Além do real, a moeda norte-americana também ganhou terreno em relação a outras moedas emergentes.
Nem mesmo as indicações de uma postura mais moderada de Trump foram capazes de acalmar os mercados globais de moedas. O republicano anunciou no último domingo o nome de Reince Priebus, presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, como seu chefe de gabinete. Steven Bannon, ex-banqueiro do Goldman Sachs e que atuou como executivo-chefe da campanha, será estrategista-chefe e conselheiro sênior do presidente. Trump também falou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, na noite de domingo, numa conversa em que os líderes estabeleceram uma “clara percepção de respeito mútuo”, segundo o escritório do presidente recém-eleito.
Ontem, o Banco Central brasileiro colocou um lote de 15 mil contratos de swap cambial tradicional (que equivale à venda de dólares) no mercado, totalizando US$ 750 milhões. O BC anunciou, após o fechamento da Bovespa, uma oferta de 20 mil contratos de swap tradicional (US$ 1 bilhão) para rolagem amanhã. Além disso, o Banco ofertará 10 mil contratos novos de swap, o equivalente a um montante de US$ 500 milhões.
Indicadores
Na pesquisa Focus, que não capturou totalmente o estresse dos mercados na última sexta-feira, as projeções para o câmbio passaram de R$ 3,20 para R$ 3,22 no fim deste ano, e de R$ 3,39 para R$ 3,40 em 2017.
Enquanto isso, a balança comercial brasileira segue com desempenho forte. O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou que o saldo na segunda semana de novembro (7 a 13) ficou superavitário em US$ 1,121 bilhão. Neste mês, o resultado comercial é positivo em US$ 1,442 bilhão, enquanto no ano o superávit já soma US$ 39,966 bilhões.