Os efeitos da desoneração sobre os produtos da cesta básica ficarão mais visíveis em abril, disse o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, nos primeiros meses do ano oscilações climáticas pressionaram os preços dos produtos in natura. Como esses itens têm grande peso na cesta, a diminuição no custo não foi tão substancial. Com a entrada do outono e a perspectiva de um clima mais estável os preços de legumes e hortaliças deverão recuar.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou hoje (8) que houve elevação no custo da cesta básica em 16 de 18 capitais. Especificamente entre os produtos desonerados, de 90 observados os preços de 63 caíram, os de 22 aumentaram e o de cinco permaneceram estáveis.
Na avaliação de André Braz, o movimento é natural e a desoneração vai ocorrendo "em doses homeopáticas". De acordo com o economista, a seca no Nordeste e a alternância entre fortes chuvas e as altas temperaturas características do verão no Sudeste prejudicaram produtos como feijão, batata e cenoura. "O mês de abril vai ser decisivo. Itens de feira livre devem ficar mais baratos", disse.
Clóvis Scherer, superintendente do Diesse do Distrito Federal, destacou que além da desoneração tributária, uma série de outros fatores se conjuga para formar o preço final dos alimentos. "A desoneração não é automaticamente transferida para o consumidor. Mas nosso levantamento mostrou que ela já está refletindo no preço final. A gente pode dizer que houve uma contribuição e que a desoneração atenuou a alta da cesta básica", declarou.
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