A petrolífera OGX deverá exercer sua opção contra o acionista controlador Eike Batista, exigindo que ele injete US$ 1 bilhão na empresa, diante da falta caixa da companhia para fazer investimentos. A empresa divulgou na noite de quinta-feira que terminou março com US$ 1,15 bilhão em disponibilidades, redução de US$ 500 milhões em apenas três meses.
Mesmo o reforço no capital que virá pela venda de 40% de dois blocos na bacia de Campos para a estatal malaia Petronas por US$ 850 milhões não será suficiente para a OGX apenas US$ 250 milhões estão sendo disponibilizados imediatamente. "Apesar do aumento de caixa em 2013 pela venda de participação (nos blocos), nossa análise é que a atual geração de caixa da OGX não é suficiente para cobrir os investimentos planejados e o custo da dívida", escreveram em relatório os analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, do JPMorgan. Eles mantêm a visão de exercício da opção pela OGX para exigir aporte de US$ 1 bilhão pelo acionista controlador.
Pelos cálculos da equipe do Bank of America Merrill Lynch, a OGX teria recursos suficientes para os próximos dois a quatro trimestres, incluindo a entrada dos US$ 250 milhões pela venda parcial de ativos e dependendo de quão bem-sucedida for a empresa na redução de gastos.
Conselho
Eike concedeu em outubro do ano passado o direito à OGX de exigir a subscrição de ações da companhia até o limite máximo equivalente a US$ 1 bilhão, ao preço de exercício de R$ 6,30 por ação quase quatro vezes o valor do papel da petrolífera na Bovespa atualmente. A opção poderá ser exercida a qualquer momento até 30 de abril de 2014, conforme necessidades de capital da OGX e ausência de alternativas mais favoráveis, condições que serão determinadas pela maioria dos membros independentes do Conselho de Administração.
Decepção
Empresa suspende perfuração de poço na bacia de Campos
A OGX decidiu suspender a perfuração de um quarto poço no problemático campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, para avaliar melhor as condições de operação no local. Tubarão Azul é o único campo offshore em produção da companhia e decepcionou o mercado ao ficar abaixo das estimativas iniciais, de 15 mil barris diários. Em março, o campo produziu em média 1,8 mil barril diários. No momento, informaram executivos , apenas um poço está em produção em Tubarão Azul, por isso o volume reduzido. "O segundo poço está em manutenção. Nos últimos dias, só um poço está produzindo", informou a companhia.