A MMX, empresa de mineração do grupo EBX, do empresário Eike Batista, divulgou ontem ter firmado um acordo de entendimentos com a trading holandesa Trafigura e com o fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, para aquisição do Superporto Sudeste. O grupo de Eike comprometeu-se, pelo acordo, a negociar pelas próximas semanas exclusivamente com o consórcio. Segundo fonte que acompanha as negociações, além da proposta concorrente da suíça Glencore, um consórcio nacional formado por Vale, CSN e Gerdau também conversava sobre o negócio, embora sem a mesma firmeza das duas outras propostas. Quase ao mesmo tempo, a empresa de energia MPX informou que Eike está negociando a venda de mais ações na empresa.
O negócio é um sinal de que Eike está conformado com a posição de minoritário que assumirá após a reestruturação do grupo, bem inferior ao que havia sido pensado no início do processo, então capitaneado pelo BTG, de André Esteves. A palavra de ordem agora é vender tudo o que for possível, reduzindo a participação do empresário a fatias que variam de 2% (caso da OGX) a 20% (MMX). Também não está descartada a hipótese de Eike deixar totalmente alguma empresa do grupo.
O acordo com Trafigura e Mubadala prevê a aquisição de uma participação acionária total de 65% da MMX Porto Sudeste, em troca de emissão e subscrição de ações da empresa no valor de US$ 400 milhões e o compromisso de assumir a maior parte das dívidas da mineradora. "Com efeito, MMX Porto Sudeste contará com os recursos necessários para concluir o projeto do Superporto Sudeste e os negócios de mineração da MMX ficarão essencialmente livres de dívidas", informou o comunicado. A MMX Porto Sudeste vai assumir todas as dívidas bancárias da MMX Sudeste Mineração, de R$ 3 bilhões em 30 de junho.
Joia da coroa
O porto, no litoral do Rio, é considerado um dos ativos mais valiosos entre as empresas do grupo EBX. De acordo com o projeto, o terminal terá capacidade de movimentar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Superperdas
Os papéis de empresas do grupo EBX lideraram as perdas do índice Ibovespa, na bolsa de São Paulo. A OGX encerrou o pregão em queda de 11,63%. MMX (-17,11%) e LLX (-5,56%) também registraram desvalorização.O índice caiu 0,5%.
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