Gui Barthel, o fundador do Baixaki, no escritório da empresa em Curitiba: companhia conta com 100 funcionários com idade média de 24 anos| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

A história de Gui Barthel é como um caso de sucesso do Vale do Silício, mas com uma diferença: ela aconteceu em Curitiba. Em 2000, ele lançou o site Baixaki em sociedade com a namorada e atual esposa, Tânia.

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>>Vídeo: Assista à entrevista com Gui Barthel, fundador do Baixaki, em que ele conta a história do site

Hoje, o grupo que comanda, o NZN, é dono de seis portais na internet e tem uma audiência somada de 44 milhões de usuários únicos, quase a metade da população brasileira com acesso à internet. Em outras palavras, um em cada dois internautas brasileiros passa por um dos sites da empresa pelo menos uma vez por mês. Se contabilizados apenas os pageviews, o número chega a quase meio bilhão por mês. Ele está com 32 anos e prevê um faturamento de R$ 20 milhões para 2012.

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Carro-chefe da empresa, o Baixaki é o site líder na categoria de downloads no Brasil. A página hospeda resenhas de mais de 60 mil programas, a maioria gratuita, e oferece links para os sites dos desenvolvedores. De acordo com os dados do Google Analytics, sistema que mede audiência na internet, a página tem 34 milhões de usuários únicos.

História

Estudando Ciência da Computação na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e trabalhando durante o dia, Barthel decidiu largar a faculdade quando recebeu o primeiro anúncio no site, uma propaganda do Mercado Livre que lhe rendeu R$ 600, em 2002. A essa altura, o site já estava há dois anos no ar e a audiência era formada principalmente por internautas "recrutados" em sites especializados de tecnologia. "Eu e a Tânia passávamos boa parte do tempo divulgando o site em fóruns e bate-papos, chamando o pessoal para conhecer o site. Foi uma época difícil porque a bolha da internet tinha acabado de estourar e ninguém estava disposto a investir em empresas de tecnologia", diz.

A audiência veio e a empresa cresceu. Depois do Baixaki, o casal criou o TecMundo, focado em conteúdo de tecnologia, Tudo Gostoso, de gastronomia, Baixaki Jogos, de games, Minha Série, sobre séries de televisão, e o Toda Ela, para o público feminino. Em breve também entrará no ar um novo produto, o Mega Curioso, voltado para notícias de ciência.

Antes restrito a um escritório de 17 metros quadrados, o NZN ocupa hoje um andar inteiro de um prédio próximo ao Batel, bairro nobre de Curitiba. O ambiente é típico de uma empresa da Geração Y: patinetes, fliperamas, paredes coloridas e uma multidão de jovens usando fones de ouvido. Ao todo, são cem funcionários com idade média de 24 anos, a maior parte redatores focados num dos três sites da área de tecnologia.

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O Tudo Gosto­­so, o xodó de Tâ­­nia, sobrevive principalmente com a colaboração de usuários. Depois do Baixaki, que tem 34 milhões de usuários únicos, o Tecmundo e Tudo Gostoso disputam a segunda posição da empresa em audiência, com cerca de 10 milhões de usuários únicos.

O sucesso, naturalmente, chamou a atenção de outras companhias. Barthel conta ter recebido propostas de grupos americanos de investimento e de grandes empresas de mídia do Brasil, mas, apesar de ofertas de mais de R$ 40 milhões, nunca aceitou ser comprado por não perceber nas propostas um futuro duradouro para os sites.

Em 2009, ele tomou uma decisão que chacoalhou o mercado de portais no Brasil. Hospedado no IG desde 2001, o Baixaki foi para o Terra sob um tipo diferente de contrato. "No IG, estávamos com a nossa parte comercial engessada. Praticamente toda a receita vinha do AdSense, do Google. Com a ida para o Terra, pudemos criar uma equipe comercial."

Agora, metade da receita vem dos anúncios do Google e a outra metade, de anúncios vendidos diretamente pela equipe interna. A ida para o Terra catapultou o portal para terceira posição na lista de audiência no Brasil e fez o IG cair para a quinta posição.

O objetivo de Barthel é se consolidar como um dos principais grupos de mídia do país. "Até 2016, temos como meta ser vistos pelo mercado como o grande produtor de conteúdo da internet brasileira", afirma. No caminho, enfrentará a concorrência feroz de grupos grandes, como a Globo.com. A empresa possui um site de tecnologia, com nome e aparência muito semelhantes ao TecMundo, chamado TechTudo. "Dá medo, claro, porque esses caras podem se dar o luxo de ter faturamento projetado para o longo prazo. Mas estamos investindo bastante para garantir sempre o melhor conteúdo."

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Economia | 2:41

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Gui Barthel iniciou uma empresa que hoje mantém sites como Baixaki, Baixaki Jogos, TecMundo, Tudo Gostoso, Toda Ela e Minha Série. Carro-chefe da empresa, o Baixaki é o líder na categoria de downloads no Brasil.