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Mercado financeiro

Eletrobras define em R$ 42 o preço da ação na oferta de privatização

Privatização da Eletrobras
Eletrobras define preço de ações no processo de privatização (Foto: Divulgação)

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A Eletrobras definiu o preço das ações oferecidas no processo de privatização da companhia. O valor definido é de R$ 42, segundo o jornal Valor Econômico. O preço foi estabelecido nesta quinta-feira (9) em reunião de representantes da empresa com bancos e fundos de investimentos, com base na demanda pelos papéis durante o período de reserva, que funciona como um termômetro do interesse no investimento.

Quando a operação foi lançada, o papel da companhia fechou o dia valendo R$ 44, o que levava a expectativa de movimentação financeira para a faixa entre R$ 30,6 bilhões e R$ 35 bilhões (já considerando lote suplementar, de até 15%). Com a precificação estabelecida nesta quinta, a privatização da elétrica movimentou R$ 29,2 bilhões segundo comunicado publicado nesta sexta-feira (10) pela Eletrobras, com a venda de quase 697,5 milhões de ações. O total da operação ainda pode subir, caso a companhia opte por oferecer o lote suplementar, com limitação de prazo até 11 de julho. Caso esses papéis extras sejam vendidos, a movimentação avançará para R$ 33,7 bilhões.

Limitadas à alocação de R$ 6 bilhões, as reservas com uso de dinheiro do FGTS teriam ficado em torno dos R$ 7,5 bilhões, o que obrigará a realização de um rateio entre os interessados. A medida está prevista no prospecto da operação e promoverá a divisão proporcional dos recursos oferecidos para essa fatia de investidores, de modo a atender todos. Conforme informado pela Eletrobras em prospecto definitivo nesta sexta, tendo em vista que os fundos mútuos de privatização (FMPs-FGTS, instrumento usado nesse tipo de investimento) excederam a alocação, cada investidor recebeu 66,79% dos respectivos pedidos de reserva.

São cerca de 370 mil os trabalhadores que usaram até 50% do saldo do fundo de garantia para a compra de ações da companhia, segundo apuração do Valor Investe. Na prática, o rateio fará com que o total efetivamente comprado por cada investidor com o FGTS será menor do que originalmente pretendido. O dinheiro que sobrar volta para o saldo.

Os investidores do varejo (pessoas físicas que não vão usar dinheiro do FGTS) e a oferta prioritária (aos atuais acionistas) também têm limitações, de R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões respectivamente. Somados aos cerca de R$ 13,5 bilhões que os investidores âncora teriam adquirido na oferta da Eletrobras, restariam cerca de R$ 7,5 bilhões em ações, mas a demanda estimada pelo mercado chegaria a R$ 26 bilhões.

O próximo passo na operação é a negociação das ações na B3, a bolsa brasileira, que está marcada para a segunda-feira (13). A liquidação deve ocorrer no dia seguinte, confirmando a privatização da Eletrobras. O modelo escolhido, de capitalização, vai diluir a participação do governo brasileiro, fazendo com que ele perca a posição de sócio controlador. A oferta deve derrubar a participação da União dos cerca de 72% atuais para não mais que 45%.

A venda é coordenada pelos bancos Bank of America, Bradesco BBI, BTG Pactual (coordenador líder da oferta brasileira), Caixa, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs, Itaú BBA, JP Morgan, Morgan Stanley, Safra e XP Investimentos.

Além de prioridade do governo federal para 2022, a privatização da Eletrobras será a maior do governo de Jair Bolsonaro, que não conseguiu avançar na agenda, apresentada como uma das principais bandeiras do ministro da Economia. Paulo Guedes chegou a citar a intenção de arrecadar R$ 1 trilhão com medidas do tipo. Apesar dos objetivos, das 46 estatais sob controle direto da União, só a Companhia de Docas de Espírito Santo (Codesa) foi vendida, em leilão de março. Em paralelo, o BNDES se desfez de participações em várias empresas, e o governo leiloou concessões de dezenas de ativos.

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