A Eletrobras avalia que a venda do controle das distribuidoras de energia federalizadas é a melhor solução para essas companhias e pedirá o aval do governo federal na semana que vem para perseguir essa opção, disse uma fonte próxima das negociações.
"Tem que transformá-las em privadas, não tem jeito", disse à Reuters a fonte, que falou sob condição de anonimato.
A alienação das seis distribuidoras da Eletrobras depende da aprovação do governo federal, acionista controlador da companhia.
Na terça-feira, a Eletrobras informou que se reunirá na próxima semana com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar das distribuidoras e que uma decisão sobre o destino delas pode sair em 2013, sem dar outros detalhes.
Segundo a fonte, a estatal considera que a venda é a melhor alternativa para recuperar as problemáticas distribuidoras, que vêm apresentando prejuízo e consumindo recursos da Eletrobras.
Uma das possibilidades em análise é a venda separada do controle de cada distribuidora para grupos privados.
"Se vender 51 por cento, já ajuda na gestão e na maior eficiência. Há muitos problemas de gestão nessas distribuidoras e há uma dificuldade muito grande, apesar dos avanços conquistados", afirmou a fonte.
Outra possibilidade seria unir as distribuidoras em blocos de empresas por região, de forma a aumentar a atratividade para potenciais investidores. "Podemos fazer o bloco do Norte e o bloco do Nordeste, por exemplo, visto que sozinhas umas podem atrair interesse e outras não", explicou a fonte.
As distribuidoras da Eletrobras estão nos Estados de Amazonas, Acre, Alagoas, Piauí, Roraima e Rondônia.
A venda de parte das distribuidoras federalizadas é vista, ainda, como um caminho natural para a estatal conseguir atingir a meta de redução de custos de 30 por cento até 2015.
A Eletrobras está passando por um processo de diminuição de gastos e melhoria da eficiência para se adaptar à nova realidade do setor elétrico brasileiro, após ter renovado concessões de geração e transmissão de energia de forma antecipada e onerosa, o que levou à redução da receita anual do grupo em cerca de 8,7 bilhões de reais.
A Eletrobras contratou o Santander para a elaboração do plano de reestruturação do negócio de distribuição de energia. O diretor-financeiro da empresa, Armando Casado de Araújo, disse em agosto que esperava que alguns resultados do estudo do banco pudessem sair em cerca de um mês, mas que uma solução para as empresas poderia sair só em 2014.
As distribuidoras do grupo têm concessões que vencem em 2015 e cujo processo de renovação ainda não foi definido pelo governo federal.
As distribuidoras federalizadas da Eletrobras tiveram prejuízo de 1,331 bilhão de reais em 2012 e um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) negativo de 345 milhões de reais.
Procurada nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Eletrobras disse que na reunião com o ministro Lobão "vai apresentar todas as possibilidades (sobre o futuro das distribuidoras), sem fixar-se em nenhuma" e que "essa decisão será tomada pelos acionistas".
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