A Eletrobras informou que está negociando com a Petrobras para pagar R$ 1 bilhão relativos a dívida por fornecimento de óleo às subsidiárias Amazônia Energia e Distribuição Acre no prazo de 85 meses. De acordo com a empresa, que prevê usar recursos do próprio caixa para sanar o débito, o acordo ainda não foi fechado. Outros R$ 452 milhões referentes à mesma dívida serão pagos quando a Eletrobras receber a primeira parte de empréstimo concedido pela Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, o que estava previsto para acontecer na quinta-feira (14). A Eletrobras não informou se o recurso chegou, de fato, à empresa.
O valor de R$ 1,452 bilhão, segundo a Eletrobras, é parte da dívida que a estatal de energia elétrica reconhece junto à Petrobras, no valor total de R$ 4,052 bilhões. Na segunda-feira (11), no entanto, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que "quase tudo" do que a petroleira tem a receber do setor elétrico, de R$ 7,3 bilhões, refere-se a débitos da Eletrobras.
De acordo com a Eletrobras, ainda dentro desses R$ 4,052 bilhões, outro R$ 1,9 bilhão se refere a dívida também por fornecimento de óleo a subsidiárias, e que deve ser ressarcida com recursos não do seu caixa, mas da chamada Conta de Consumo de Combustível. Esses recursos são repassados pelo Tesouro, mas os repasses estão sendo feitos de forma irregular. Seu pagamento, diz a Eletrobras, já foi acertado em vinte parcelas mensais, três das quais já foram pagas.
A Eletrobras compra óleo da Petrobras, por meio da BR Distribuidora, para operar suas usinas térmicas, em especial as da região Norte. Como o sistema elétrico do Norte não é interligado ao resto do país, a região depende dessas unidades para ter assegurado seu fornecimento de energia elétrica.O restante da dívida, quase R$ 700 milhões, refere-se, de acordo com a Eletrobras, a débitos antigos cujo valor, segundo a estatal elétrica, está sendo questionado na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Procurada, a BR Distribuidora, subsidiária que fornece óleo à Eletrobras, não quis comentar. Até o momento a Petrobras não comentou.
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