Atualmente dona de 55% do mercado de expositores refrigerados e casas de máquinas, a paranaense Eletrofrio Refrigeração já viveu os dois extremos de um negócio. Na década de 80, era líder de mercado e chegou a responder por 70% das vendas nacionais no segmento. Dez anos depois, foi vendida ao grupo americano Marmon. Na época, o insucesso da administração quase resultou na falência da empresa, no início dos anos 2000. Em 2002, a família Paulatti que também é dona da Fast Frio, de Londrina assumiu o negócio. Investindo para aumentar produtividade da indústria, instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os novos administradores querem agora recuperar o espaço perdido no mercado ao longo dos anos.
"Em um primeiro momento, mudamos a estratégia da empresa para que ela voltasse a ter foco no cliente", lembra o diretor geral da Eletrofrio, Luiz Renato de O Chueire. "A partir daí, a segunda etapa foi na mudança da linha de produtos mais adequados às necessidades dos clientes. Com isso, a companhia deixou de ter prejuízo." De acordo com Chueire, já no primeiro ano da nova administração, a Eletrofrio voltou a ter lucro. O diretor prefere não revelar o faturamento atual da empresa, mas calcula que ele vem crescendo cerca de 25% ao ano desde então. "Neste ano, devemos crescer entre 25% e 30% na comparação com 2005." Considerando os investimentos feitos ao longo do ano passado e os previstos para 2006, o montante soma cerca de R$ 10 milhões.
Os primeiros investimentos, segundo Chueire, foram na melhoria das condições de trabalho dos funcionários. Em maio, a Eletrofrio comprou uma máquina alemã de corte a laser, avaliada em R$ 2 milhões, com o objetivo de aumentar a produtividade e reduzir o desperdício de material. A empresa também investiu na compra do terreno vizinho à fábrica. O espaço de 50 mil metros quadrados tem hoje um barracão (de 3 mil metros quadrados), usado para armazenar produtos prontos. No futuro, o terreno comprado por R$ 3 milhões deve ser utilizado para a ampliação da fábrica.
Segundo o diretor, a expansão ainda não tem data prevista para ocorrer e vai depender do comportamento, e das necessidades, do mercado. "Ele está estável há algum tempo. Estamos aumentando o faturamento com redução de custos e aumento da produtividade porque crescer agora é cada vez mais difícil. O próprio mercado limita", diz. "Não sei se estamos no teto, mas posso dizer que estamos próximos dele." Apesar disso, com a nova aquisição, a área fabril da Eletrofrio pode passar dos atuais 35 mil metros quadrados para até 75 mil metros quadrados.
Além disso, a empresa investiu, em janeiro, mais R$ 1 milhão em uma nova linha de produção destinada à fabricação mensal de 8 mil metros quadrados de painéis para câmaras frigoríficas. Segundo o diretor, são clientes da empresa hoje pequenos, médios e grandes supermercadistas de todo o Brasil. "Podemos dizer que todas as redes do país são, ou já foram, atendidas pela Eletrofrio."