O Plano Nacional de Energia (PNE) prevê que até 2030 o Brasil amplie a quantidade de energia produzida por usinas nucleares em 4 mil megawatts, sendo 2 mil MW na Região Nordeste e 2 mil MW no Sudeste. Para tanto, a Eletronuclear, estatal que opera as usinas nucleares do País, elaborou um atlas da potência nuclear, que identificou 40 áreas no território nacional que poderiam, inicialmente, receber uma usina.

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Segundo Leonam Guimarães, que representou hoje o diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, na conferência internacional sobre energia nuclear, em São Paulo, apenas quatro Estados não apresentam condições de receber uma usina nuclear: Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Ele disse que foram identificadas áreas no sul de São Paulo, mas o estado deve ser descartado, pois essas regiões estão longe de fontes frias, como rios e mares, cujas águas são utilizadas para resfriar os reatores da usina. No interior de São Paulo, as áreas próximas de rios ficam em cima do Aquífero Guarani, o que é um empecilho para a instalação de uma usina. Guimarães lembrou porém, que ainda não há nenhuma definição. O local das novas usinas será determinado quando for revisado o PNE, o que já está em curso.

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Urânio

O representante da Eletronuclear defendeu a exploração das reservas de urânio no país. Segundo ele, com apenas 30% do território pesquisado, o Brasil já tem a sexta maior reserva de urânio do mundo. Guimarães afirmou que o tipo de solo onde foi encontrado urânio no Brasil é muito semelhante ao da Austrália, terceiro maior exportador do mundo - ou seja, é bem provável que sejam descobertas novas jazidas no país.

"É inevitável que o Brasil terá de tirar um retorno social dessa riqueza em nosso solo. Essas reservas de urânio representam 40% do volume de energia do pré-sal. Eu não entendo porque a gente fica fingindo que isso não existe no Brasil", comentou Guimarães.

Ele afirma que apenas três países no mundo têm reservas significativas de urânio e tecnologia para o enriquecimento do minério até o ponto de utilização para produção de energia: Brasil, Estados Unidos e Rússia. "O mercado de urânio está em crescimento. A tonelada do U3O8 (concentrado de urânio) custa aproximadamente US$ 100 mil, e o Brasil tem potencial para mais de 1 milhão de toneladas", afirmou.

O representante da Eletronuclear lembra que é possível reciclar 96% do elemento combustível usado (ele discorda do termo "lixo atômico"), mas afirma que esse processo não é economicamente viável. "O Brasil também tem uma enorme reserva de tório, que no futuro pode ser atrativa", disse. Este elemento químico também pode ser utilizado para produção de energia.

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