Durante os meses de junho e julho, o valor de mercado conjunto da Petrobras e da Vale caiu R$ 167 bilhões nas negociações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), de acordo com dados da consultoria Economatica.

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Entre o dia 1º de junho – perto do pico da euforia na bolsa de valores paulista com a concessão do grau de investimento ao Brasil – e o pregão da última quarta-feira (30), o valor da Petrobras caiu R$ 111 bilhões, saindo de R$ 472 bilhões para R$ 361 bilhões, uma redução de 23,6%. No mesmo período, a Vale acumulou perda de R$ 56 bilhões, passando do patamar de R$ 295 bilhões para a casa dos R$ 239 bilhões, o equivalente a uma desvalorização de 19%.

O recuo no valor de mercado das chamadas ‘blue chips’ - as grandes empresas que sinalizam a tendência do mercado – é reflexo da queda no preço de suas ações. Em junho e julho, o papel Petrobras ON perdeu R$ 12,80, caindo de R$ 57,40 para R$ 44,60 Já no caso da apólice Vale ON, o prejuízo foi ainda maior, chegando aos R$ 17,40 Durante os dois meses, o valor da ação decaiu de R$ 65,50 para R$ 48,10.

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Nesta quinta-feira (31), o último pregão da Bovespa em julho, as duas companhias continuaram a perder valor. A ação ON da Petrobras fechou a R$ 43,94, com baixa de 1,5%. A Vale teve queda de 1,58%, encerrando o mês a R$ 47,34.

Explicações para a queda

Segundo especialistas consultados pelo G1, a queda no valor das empresas ao longo dos 60 dias tem dois motivos principais. Um deles é o fato de que os negócios de ambas estão atrelados ao preço das commodities – especialmente petróleo e ferro – no mercado mundial. "As commodities bateram no teto dos preços em junho, agora tendem a recuar um pouco até o final do ano", diz o professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite.

Já para Sidney Moura Nehme, diretor executivo da NGO Corretora, é muito difícil prever o comportamento futuro das commodities. "Ainda não existem movimentos consistentes no mercado, não há uma tendência definida no preço. A situação está muito volátil, pequenos fatos acabam ganhando grande repercussão", analisa.

O segundo motivo para o recuo nas ações seria o próprio momento turbulento das bolsas internacionais. A Bovespa, por exemplo, sofre um processo de retirada de recursos por parte de investidopres estrangeiros. Como as duas empresas são as principais referência da bolsa paulista, seus papéis são os mais afetados.

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"Esse processo se deve aos maus resultados das bolsas americanas, causados pela crise de crédito. Os investidores precisam retirar dinheiro para cobrir os rombos lá fora", explica o professor Leite. Segundo ele, o cenário externo é que está afetando o valor das companhias: "Nossas influências internas são positivas. Tanto a percepção dos estrangeiros da nossa economia quanto os balanços das empresas estão no azul."

Tendências

Segundo os analistas, a tendência é que a bolsa – e portanto, as duas empresas – recupere parte de suas perdas no segundo semestre. "Espero que a Bovespa termine o ano com rendimento próximo ao da renda fixa, algo entre 15% a 20%. Não vai ser nada que chegue próximo ao do ano passado (quando foi de 43%), mas a bolsa de São Paulo deve ter resultado superior ao da bolsa de Nova York", aposta Leite.

Já para Nehme, a recuperação das empresa também pode vir de seus próprios números. "As ações da Petrobras já começaram a se recuperar nos últimos dias com a expectativa de um balanço positivo nos seus resultados. Já a Vale também teve recentemente um aumento na sua avaliação de rating pela agência Standard & Poor's, e reúne todas as condições para se recuperar", completa ele.

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