Foram fechadas em dezembro 596.208 vagas formais de trabalho no país, levando a um resultado de 1,542 milhão empregos pela CLT que deixaram de ser oferecidos no ano passado. Foi uma queda de 3,74% do estoque formal de trabalho celetista no Brasi. É o pior resultado da série histórica, que existe desde 1992.
O ministro do Trabalho, Miguel Rossetto, reforçou, durante a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na manhã desta quinta-feira (21), o discurso de que o ano foi ruim para o emprego no país, com diminuição da renda, mas que essas perdas não anularam as conquistas dos últimos anos.
“A redução é importante, mas não destruiu as conquistas do mercado de trabalho do Brasil nos últimos anos”, disse Rossetto.
Comércio e serviços podem demitir 2 milhões em 2016, prevê RC Consultores
Os setores de comércio e de serviços podem demitir dois milhões de empregados ao longo de 2016. Essa é a avaliação do analista econômico da RC Consultores Everton Carneiro.
A previsão de Carneiro se baseia em um corte porcentual de vagas nesses segmentos na mesma magnitude ao feito na indústria da transformação, até agora o setor mais afetado pela onda de demissões.
“O comércio e os serviços empregam 27 milhões de trabalhadores. Caso esses setores sofram o mesmo ajuste que a indústria está sofrendo, podemos chegar a 2 milhões de desempregados em 2016”, avaliou Carneiro.
Ao longo de 2015, o comércio fechou 218.650 vagas, enquanto o setor de serviços demitiu 276.054 empregados.
O analista pontua que ambos os setores passaram a ter saldos líquidos negativos somente em julho do ano passado, muito mais tarde que o restante dos setores da economia.
“Os dados de dezembro mostram uma velocidade surpreendente na deterioração do emprego”, afirmou. “O processo de demissões no comércio e no serviços começou tarde e pode durar muito tempo. O potencial de estrago na economia é muito grande”, afirmou Carneiro.
Segundo Rossetto, que pela primeira vez apresentou os dados do Caged, é possível uma retomada do emprego neste ano, mesmo com a perspectiva de mais um longo período de recessão e alta inflação.
Para esse feito, o ministro acredita em: expansão do crédito, retomada das exportações, recuperação dos mercados antes ocupados por importações, concessões e na terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, que, na visão do governo, pode aliviar o setor da construção civil.
Setores
A indústria de transformação foi a responsável pelo maior número de vagas formais de trabalho fechadas em 2015, segundo dados do Caged. No ano passado, o setor encerrou 608.878 vagas com carteira assinada. Em dezembro, o saldo do emprego na indústria ficou negativo em 192.833.
A construção civil foi responsável pelo segundo maior corte, com menos 416.959 vagas no ano passado. Em dezembro, foram menos 102.660 empregos. O setor de serviços, por sua vez, fechou 276.054 vagas no ano e 180.941 em dezembro. O comércio teve, em 2015, menos 218.650 postos e, em dezembro, menos 38.697.
A indústria extrativa mineral fechou 14.039 vagas em 2015 e 1.811 em dezembro. A administração pública encerrou 9.238 postos no ano passado e 18.502 em dezembro.
O único setor que apresentou abertura de vagas em 2015 foi a agricultura, com um saldo positivo de 9.821. Em dezembro, contudo, o setor teve saldo negativo de 58.853 postos.
Em termos de localização, os estados com maior concentração do mercado e da indústria no país foram mais afetados, segundo Rossetto. São Paulo foi o estado que perdeu mais vagas, sendo quase 500 mil os desligamentos.
Remuneração
Os salários médios de admissão tiveram uma queda de 1,64% no ano passado, considerada a inflação, passando a R$ 1270,74. A queda foi maior para os homens, de 2,28%, pela forte presença masculina nos setores mais afetados pela baixa contratação e demissões. Para as mulheres, a queda foi de 0,34%.
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