A robustez da rede básica de energia do Brasil – isto é, a capacidade de suportar contingências sem interrupção no fornecimento – caiu neste ano ao menor nível desde 2016, indicam dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Conforme o ONS, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou 1.651 perturbações de janeiro a agosto, das quais 123 (7,5% do total) resultaram em algum corte de carga – isto é, interrupção de fornecimento.
As outras 1.528 interrupções (92,5% do total) não resultaram em corte de carga. Assim, o índice de Robustez da Rede Básica (RRB) é de 92,5% no acumulado do ano.
Trata-se do menor índice para os oito primeiros meses do ano desde 2016, quando a RRB no acumulado de janeiro a agosto foi de 91,7%.
A série histórica de perturbações no SIN disponível no site do ONS tem início em 2012. Tanto no intervalo janeiro-agosto quanto no acumulado dos 12 meses do ano, o índice de robustez ficou abaixo de 90% de 2012 até 2016.
De 2017 em diante, o índice superou a marca de 90% em todos os anos, com destaque para os picos de 2018 (robutez de 94,9% até agosto e 94,7% no ano todo) e 2022 (94,1% até agosto e 93,9% no ano todo).
Há duas ressalvas aí. A primeira é que os dados de 2023 ainda não computam o apagão desta terça-feira (15). E a segunda é que eles tendem a sofrer novas modificações até o encerramento do mês, incluindo novas perturbações com ou sem corte de carga, o que naturalmente pode afetar o índice de RRB.
Ano | Índice de robustez (jan-ago) |
2012 | 89,1% |
2013 | 88,1% |
2014 | 89,8% |
2015 | 88,3% |
2016 | 91,7% |
2017 | 92,8% |
2018 | 94,9% |
2019 | 93,4% |
2020 | 93,2% |
2021 | 92,7% |
2022 | 94,1% |
2023 | 92,5% |
Apagão desta terça foi o primeiro de grande porte em 2023
Até o apagão desta terça, que derrubou 19,1 mil MW do sistema interligado entre 8h30 e 8h40, o país não havia registrado nenhum corte igual ou superior a 1 mil MW no acumulado do ano, segundo dados publicados pelo ONS até a conclusão desta reportagem.
Uma carga de 1 mil MW corresponde ao consumo de cidades como Cascavel (PR), Brasília e Fortaleza.
Tanto em 2022 quanto em 2021, o país havia registrado somente um corte de 1 mil MW ou mais em todo o ano.
Os números foram maiores nos anos anteriores. Na série do ONS, iniciada em 2022, os anos com mais apagões dessa proporção foram 2016, com sete ocorrências, e 2012, com cinco.
Ano | Cortes de 100 MW ou mais | Cortes de 500 MW ou mais | Cortes de 1.000 MW ou mais |
2012 | 82 | 11 | 5 |
2013 | 81 | 4 | 2 |
2014 | 84 | 8 | 2 |
2015 | 106 | 12 | 3 |
2016 | 69 | 10 | 7 |
2017 | 65 | 6 | 1 |
2018 | 34 | 4 | 3 |
2019 | 60 | 3 | 2 |
2020 | 56 | 7 | 2 |
2021 | 47 | 5 | 1 |
2022 | 40 | 1 | 1 |
2023* | 24 | 2 | 0 |
*Até agosto. Não inclui dados de 15/8
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