Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
IBGE

Em 30 anos, país teve menos crianças desnutridas e mais adolescentes acima do peso

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 do IBGE, divulgada nesta sexta-feira, revela que a desnutrição infantil diminuiu nos últimos 30 anos, especialmente entre aqueles que, historicamente, eram mais afetados pelo problema: as crianças das regiões Norte e Nordeste.

Levando em conta padrões recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a POF 2002-2003 também detectou um aumento considerável na proporção dos adolescentes brasileiros com excesso de peso: em 1974-75, estavam acima do peso 3,9% dos garotos e 7,5% das garotas entre 10 e 19 anos; já em 2002-03, os percentuais encontrados foram 18,0% e 15,4%, respectivamente.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-03 do IBGE confirmou, ainda, que a desigualdade econômica do Brasil continua estampada no corpo de seus filhos: 22,18% dos garotos nascidos nas famílias com o menor rendimento per capita têm déficit de altura, enquanto 28,2% daqueles nascidos nas famílias com o maior rendimento estão com excesso de peso.

O IBGE destaca que a POF 2002-2003 aponta resultados positivos sobre a desnutrição infantil no país nos últimos 30 anos, mas o fato de se poder contar com um único indicador do estado nutricional (peso-para-idade) para crianças com menos de dez anos de idade sugere cautela nas conclusões. "Serão necessários novos inquéritos antropométricos para confirmar os resultados apontados pela POF 2002-2003", afirma nota divulgada pelo IBGE.

As principais conclusões da pesquisa divulgada nesta sexta-feira são:

1) A POF 2002-2203, embora contando apenas com o indicador nutricional de peso-para-idade, mostrou baixa prevalência de desnutrição na faixa etária mais vulnerável (menores de 5 anos).

2) Prevalências ainda menores de desnutrição infantil, indicando a presença residual e o virtual controle do problema, foram encontradas nas áreas urbanas e rurais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Prevalências intermediárias, indicativas da persistência do problema com baixa magnitude, foram encontradas no Nordeste e nas áreas urbanas da região Norte. Já nas áreas rurais da região Norte, estudadas pela primeira vez, está a maior prevalência de desnutrição infantil.

3) A POF confirmou a estreita associação entre a renda familiar e o estado nutricional das crianças, indicando que a desnutrição infantil concentrava-se nas famílias com renda de até 0,5 salário mínimo per capita, ou 22,1% das famílias brasileiras.

4) A comparação da POF 2002-2003 com pesquisas anteriores confirmou a redução da desnutrição infantil no país ao longo das três últimas décadas. E entre 1996 e 2002-2003 ela decaiu fortemente nos extratos da população mais castigados pelo problema: crianças do Nordeste rural e de famílias pertencentes aos 40% com menor renda familiar.

5) O estudo da amostra de adolescentes da POF 2002-2003 confirma análises da amostra de adultos: distúrbios nutricionais originados no consumo alimentar excessivo e na atividade física insuficiente predominam largamente sobre os originados na alimentação escassa e no gasto energético excessivo.

6) A tendência apontada para adolescentes de todas as regiões e estratos econômicos - particularmente os do sexo masculino - parece ser a redução dos distúrbios originados na alimentação escassa e o crescimento intenso do excesso de peso e da obesidade.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.