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Em abril, interior do estado contratou três vezes mais que a capital

O nível de emprego no Paraná registrou alta em abril de 1,13% em relação a março, com a contratação de 84.221 pessoas e a demissão de 63.891. Foi a terceira maior variação do país, atrás de Espírito Santo e São Paulo. Como é natural para o primeiro semestre, em que a agroindústria contrata mais por conta das colheitas, o interior do estado gerou quase o triplo do número de vagas que a região metropolitana de Curitiba (RMC). No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, surgiram 5% mais vagas na RMC do que no período anterior, e houve acrécimo de 3,55% nas demais cidades paranaenses. Na comparação com abril do ano passado, no entanto, o Paraná teve queda de 0,15% no nível de emprego.

De acordo com o Departamento de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que divulga dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o segundo semestre do ano também deve ser mais favorável para a RMC do que para o interior, uma tendência iniciada no ano passado com a recuperação econômica. "Com a queda da taxa de juros e a inflação baixa, as empresas investem mais", explica o economista Sandro Silva.

Os setores que mais empregaram em abril foram alimentos e bebidas (6 mil novas vagas), agricultura (quase 4,8 mil vagas), comércio varejista (2,7 mil vagas) e outros serviços (1,4 mil vagas). No acumulado do ano, os serviços em geral e ainda o trabalho em hotéis e restaurantes e na construção civil ultrapassam o comércio.

Em queda, apenas o sub-setor de material elétrico e de comunicações (com perda de 221 vagas no interior e geração de 125 na RMC). O setor de alimentos e a agroindústria e silvicultura têm forte influência do desempenho do interior no primeiro semestre, tendência que Silva prevê que seja revertida no fechamento do ano. Em 2005, o interior teve alta de 3,8% no nível de emprego, enquanto a RMC registrou 4,89% mais contratações. "É uma tendência nacional de recuperação dos centros urbanos", diz.

Apesar de abril ter registrado a primeira queda no emprego em relação ao mesmo mês de 2005 (15%), o economista do Dieese lembra que os primeiros meses do ano foram marcados por fatores geradores de emprego não-usuais. É o caso da operação tapa-buracos, que elevou o emprego em 73% entre janeiro e fevereiro, e da antecipação da safra da cana-de-açúcar, no interior, e a realização das conferências sobre biossegurança da ONU em Curitiba, que elevaram a taxa de emprego em 13%. Com isso, comparando o primeiro quadrimestre do ano com o mesmo período de 2005, o Paraná perdeu 0,24% das suas vagas.

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